o seguinte indica:

Medo torna estupro coletivo o crime mais subnotificado no país, diz Nadine Anflor

Nadine, que atuou em Gravataí, é referência nacional no combate à violência contra mulher

Delegada que comandou primeira delegacia especializada e marcou época em Gravataí é referência nacional no combate à violência contra mulher. Nadine Anflor, hoje presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul, falou para a BBC.

 

Uma das poucas mulheres à frente de associações de delegados no país, a gaúcha Nadine Anflor, 39, diz que estupros coletivos como o registrado no Rio de Janeiro não são tão raros como se imagina. O medo dos vários agressores, diz, torna o crime o mais subnotificado entre as violências contra a mulher.

Anflor tem experiência no assunto. Antes de ser a primeira mulher a presidir a associação do setor no Rio Grande do Sul, ela coordenou todas as delegacias especializadas do Estado, que é referência no combate a esse tipo de delito.

– Se a mulher tem medo de denunciar quando é estuprada por um, imagina por 30. Então, acho que a subnotificação é muito mais alta no caso dos estupros coletivos – diz, referindo-se ao caso da jovem de 16 anos estuprada por 30 homens no Rio.

Em entrevista à BBC Brasil, Anflor também defendeu a atuação de Alessandro Thiers, delegado afastado da investigação do delito após ser acusado de conduta inadequada e machismo. Para ela, Thiers não "pecou" ao dizer que estava investigando a existência do estupro e fez as perguntas "de praxe" nos depoimentos.

Thiers foi afastado da investigação após pedido de Eloisa Samy, então advogada da adolescente. Segundo Samy, ele teria perguntando à vítima se ela tinha por hábito fazer sexo em grupo.

– Pensando no colega, não tenho a mínima dúvida de que ele não quis reduzir a vítima, mas acho que tudo conspirou para que não desse certo – diz Anflor.

Sobre os problemas no atendimento a vítimas de violência sexual, a delegada afirma que são necessários mais investimentos para o treinamento de todos os servidores da polícia — homens e mulheres — e para a instalação de uma estrutura mais adequada, com salas reservadas e acesso rápido à perícia.

No entanto, pondera, mais verbas para o setor só virão quando as mulheres estiverem nos espaços de decisão. Por enquanto, haveria mais força de vontade individual do que apoio institucional.

– Infelizmente, o combate à violência contra a mulher está dependendo muito da força de cada uma.

O Seguinte: recomenda a leitura da entrevista completa publicada pela BBC. Clique aqui

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