ADÃO GONÇALVES

Meu câncer (um depoimento)

"Esta é uma das sessões de quimioterapia no Instituto Kaplan"

Já me apresentei em Vou contrar sobre a minha luta contra o câncer, em minha coluna de estreia no Seguinte:, e hoje compartilho meu primeiro relato.

Quando me aposentei, achei que todos os meus problemas haviam acabado e então comecei a levar uma vida sedentária, dormindo 16 horas por dia, comendo tudo que era incorreto e não fazendo caminhadas, a não ser para ir ao supermercado comprar comida. Neste momento eu comecei a morrer. E, quando eu menos esperava, começaram a aparecer tonturas e falta de ar, diabetes se manifestando.

O médico receitava a medicação, e eu tomava quando queria. Mas aí os sintomas foram aparecendo e eu, levado de arrasto pela minha esposa, fui consultar o médico e ele me pediu uma tomografia. Olhando o resultado, ali estava escrito SUSPEITA DE NEOPLASIA E ANEMIA EM ESTADO AVANÇADO. Fui encaminhado urgentemente ao hospital, onde uma médica me comunicou abruptamente que eu tinha câncer, embora no laudo constasse apenas como SUSPEITA. Mas, já que ela resolveu me condenar, aceitei com serenidade, já que o desespero não iria mudar o meu estágio da doença.

Como o hospital onde fui encaminhado estava sendo negligente no meu atendimento, fui retirado compulsoriamente daquele açou… ops! hospital, contra a vontade deles, por minha afilhada, assim salvando minha vida. Sim, salvando, porque se lá ficasse provavelmente morreria, já que meu estado estava se encaminhando para um risco de morte.

Graças a Deus que o Gracinha entrou na minha vida. Gracinha é o apelido carinhoso com o qual é chamado o Hospital Nossa Senhora das Graças, localizado na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul. Quando fui internado naquele hospital, ali eu tinha certeza que a minha luta ia ser vitoriosa, pois desde o primeiro momento o atendimento foi intensivo. Mesmo sabendo que o tumor dificilmente seria benigno, os médicos jamais me deram um diagnóstico definitivo, como aquele que a médica do açou… ops! hospital anterior havia me dado. Ao contrário, eles jamais me disseram o diagnóstico sem antes verificar a biopsia, que mesmo que fosse benigno seria retirado na cirurgia, pois estava me provocando anemia grave, e mesmo com a transfusão de 4 bolsas de sangue não regredia.

Depois de 32 dias de tratamento intenso, onde fui atendido por uma equipe maravilhosa de médicos, atendentes e enfermeiras maravilhosas, foi me dada alta onde fui encaminhado para outra equipe maravilhosa, agora num serviço especializado em Oncologia, o Instituto Kaplan, unidade anexa ao Gracinha, lugar onde sou tratado com amor e humanidade por médicos, médicas e enfermeiras amorosas, dedicadas e também maravilhosas. Tanto que, quando estou lá, esqueço que tenho câncer e quando termino minha sessão já fico contando os dias para voltar.

Agradeço grandemente aos meus familiares, meus filhos, minhas irmãs, meus cunhados, minha concunhada Clau, que fez os meus primeiros curativos até eu aprendê-los fazer sozinho.

Agora que já concluí mais da metade da minha quimioterapia, já vejo a hora de chegar o dia do final e me preparar para outra cirurgia, esta bem mais complicada, que é a reversão.

Agora eu acredito! Este câncer veio para me avisar que eu estava morrendo e não sabia. Agora estou sabendo e, depois deste perrenguem vou viver o tempo que me resta com qualidade!

Por justiça, fui atendido via SUS, nas três situações. E eu não poderia criticar o mau atendimento sem elogiar o bom atendimento que tive no Gracinha e no ótimo atendimento que estou tendo no
Instituto Kaplan. Para o bom atendimento eu dou nomes, para o mau atendimento eu dou os fatos e pelos fatos o povo fica sabendo quem atende mal.

Mas o que importa é que minha luta continua e estou vencendo com a ajuda de bons profissionais.

Obrigado aos bons profissionais, que trabalham por vocação e não são mercenários. Os que tratam os doentes como humanos e não como mercadorias.

BORA À LUTA, QUE CONTINUA E EU TENHO CERTEZA QUE VOU VENCER!

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