Quando a maior greve da história de Cachoeirinha estará a três dias de completar dois meses, os deputados federais Henrique Fontana (PT), Maria do Rosário (PT), Dionilso Marcon (PT) e Assis Melo (PCdoB) esperam ser atendidos pelo prefeito Miki Breier (PSB) para forçar uma mediação entre o governo e grevistas.
É o encaminhamento tirado na audiência pública da semana passada, na Câmara Federal, em Brasília.
Às 8h desta terça, ao apupo das vuvuzelas e buzinas dos servidores mobilizados há 57 dias, a comitiva lulo-comunista desembarcará em frente à Prefeitura de Cachoeirinha com o discurso do diálogo, mesmo que o gabinete do prefeito não tenha confirmado a reunião até esta segunda.
Tão certo quanto o solzinho da manhã, antecipam-se constrangimentos.
Quem poderia bater mais facilmente à porta do anfitrião seria o deputado federal e ex-prefeito de Cachoeirinha José Stédile (PSB), que não deve estar presente. Pela manhã, ele tem voo marcado para Brasília, conforme o Seguinte: apurou há pouco.
E, no mais, é notório que o clima entre Miki e Stédile está ruim.
Fiador da eleição do prefeito, na audiência pública de quarta Stédile disse textualmente que não foi consultado sobre o polêmico ‘pacotaço’ que cortou vantagens – e também privilégios – do funcionalismo.
Justamente por ser tão hábil em contornar esse tipo de problema de relacionamento político, talvez Stédile siga para seus compromissos em Brasília sem passar pela Prefeitura.
Dá para apostar que Miki não ficou nada feliz pelo aliado de sempre ter prestigiado a audiência pública de quarta, um óbvio movimento político para esquentar a greve.
Solução para greve, impossível. Mas algum fato político teremos nesta terça no número 2209 da Flores da Cunha.
Na democracia e as cabeças a prêmio de todos os dias, Miki será aquele que se atender a porta perde. E se não atender, perde também.
Vai perder não abrindo.
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