Miki Breier fez certo em não ir a Brasília na audiência pública sobre a greve em Cachoeirinha, proposta por Henrique Fontana (PT) na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público.
A relação entre o governo e os grevistas continuaria seca como o clima da capital federal.
Em vez de gastar com passagens, renderia mais o prefeito comprar outras raquetes e bolinhas de pingue-pongue para a mesa e outros 30 itens que entregou para a Praça da Juventude com os 15% da primeira doação que fez de seu salário.
A audiência serve apenas para dar tamanho político para aquela que é a maior greve da história de Cachoeirinha e desde março já ultrapassou fronteiras com pronunciamentos do próprio deputado Fontana e do senador Paulo Paim (PT) após a condenável batalha campal entre servidores e a Brigada Militar, na votação dos últimos projetos do ‘pacotaço’, no final de março.
Empodera também o Sindicato dos Municipários, que embarcou seis representantes, como já ocorreu na audiência pública promovida há um mês por Pedro Ruas, na Assembleia Legislativa.
Resolver o impasse não iria.
Acirrar mais os ânimos poderia, porque sabe-se que até de racismo o governo será acusado.
Quem disser o contrário fala para cachoeirinhense ver.
Expor o comandante traria apenas mais desgaste a um governo que não manteve a firmeza na defesa do corte de vantagens – e alguns privilégios, sim – do funcionalismo municipal.
Miki já disse em entrevista exclusiva ao Seguinte: que não revogaria o pacote, depois recuou pedindo uma trégua de 60 dias e endureceu novamente ao não ceder na comida que deu no ponto dos grevistas e rendeu contracheques quase zerados para alguns servidores em abril.
Seria constrangedor Miki ouvir cara a cara de José Stédile, companheiro de PSB e fiador de sua eleição, que não foi ouvido sobre o ‘pacotaço’, como o deputado federal acaba de dizer na audiência.
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Ao fim, o andar dos 51 dias indica que uma solução só virá com uma decisão judicial, ou com a perda de adesão conforme o bolso dos grevistas vai esvaziando na proporção do corte do ponto.
A audiência – que clicando aqui você pode assistir ao vivo – não é mais do que um ato político da greve.
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