RAFAEL MARTINELLI

Moleque e sem palavra, diz um. Covarde e carguista, responde outro: hoje é a pauta da nova eleição; A ‘Pobre Cachoeirinha!’ não muda

Delegado estava na sessão em que recebeu críticas de Deoclécio

Pobre Cachoeirinha!, costumo escrever.

Fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos, é que as coisas não mudam só porque novos – e velhos – mercadores da esperança se colocaram candidatos na nova eleição, após a cassação do prefeito Miki Breier (PSB) e do vice Maurício Medeiros (MDB).

O episódio envolvendo o vereador Deoclécio Melo (Solidariedade) e o Delegado João Paulo (PP) me dá razão.

Vamos às informações.

Após o Delegado aceitar ser vice do prefeito interino Cristian Wasem (MDB), e romper a aliança com o Solidariedade, que indicava Aline Mello, filha de Deoclécio como vice, o veterano vereador fez duras críticas.

Siga algumas frases de Deoclécio na última sessão da Câmara, como reportou o jornalista Roque Lopes, de O Repórter, em “Moleque”, diz Deoclécio sobre decisão do pré-candidato do PP.

“Palavra que não é palavra é palavra de moleque”.

“Fazer políticas sérias não é vender seu projeto. Não se vende um projeto que é para a nossa cidade”.

“Palavra é para quem tem e prova que tem”.

“É muito feio eu tratar uma coisa contigo e voltar atrás. É muito feio para um homem”.

“Quero até desfazer tudo que eu disse sobre o projeto do PP com o Solidariedade. Caminhamos juntos três meses e se desfez. Quero pedir perdão para as pessoas que me ouviram que tínhamos um projeto para a cidade”.

O Delegado estava na assistência.

O vereador de seu partido, Marco Barbosa (PP), pediu aparte, mas Deoclécio não deu.

No dia seguinte, liguei e enviei whatsapp para o Delegado, que não me atendeu e nem respondeu. Preferiu guardar sua resposta o podcast Falando Sozinho, de Tiaguinho Moah e Weslei Corrêa, notórios apoiadores do governo Cristian; e agora seus.

Siga algumas frases:

“Começaram os ataques dos adversários, que perceberam nosso movimento inteligente. Numa disputa eleitora, infelizmente, nem todos usam regras limpas. O eleitor deveria medir neste momento: quem joga sujo na campanha, mais sujo vai jogar se eleito for”.

“O episódio na Câmara chama atenção porque não envolvia, até ali, adversários, mas grupo político que estava conosco, foi convidado para fazer parte da aliança e não aceitou, por nossa forma de lidar com a política”.

“Uma das coisas que colocamos como condição foi não ir para o governo por cargos, assumir já os cargos, fazer negociatas por cargos, ou seja-lá-o-que-for. Daria margem a interpretações ruins, que não condizem com nossa conduta”.

“O acerto com Cristian Wasem foi não assumir cargos, não fazer troca troca. Desagradou esse grupo político, que resolveu não participar da aliança”.

“Dizer que não tivemos palavra foi inadequado, injusto, e principalmente covarde. O vereador na tribuna tem imunidade parlamentar e as pessoas na assistência não tem voz. O vereador negou aparte pedido pelo vereador Marco Barbosa, do PP. Estamos tomando providências na justiça quanto a isso”.

Hoje enviei nova mensagem ao Delegado perguntando quais medidas foram, os serão tomadas. Ainda não recebi resposta.

Ao fim, insisto: pobre Cachoeirinha!

Sem culpar Deolcécio, ou o Delegado, por esse Zeitgeist, esse ‘espírito do tempo’ da Cachoeirinha sequestrada pela política e suas milícias no Grande Tribunal das Redes Sociais, além de assombrada por facções, fato é que o debate hoje é esse, na cidade destruída pelos políticos, entre CPIs, golpeachments, impeachments, denúncias e, por óbvio, malfeitos, provados ou não.

Torçamos, ou melhor, cobremos, para que essas pautas não sejam o debate principal na campanha, que começa em 9 de setembro. Bons temas seriam a dificuldade com pediatras, a fila das creches, as ruas lunares, a feiúra das zonas comerciais, a bomba-relógio armada na previdência do funcionalismo que vai inviabilizar a cidade em 15 anos e etc e etc.

Cuidado, políticos, para não representarem a pior geração da história de Cachoeirinha, que no passado até dinheiro na cueca já teve.

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