Véspera de governo novo é tipo pré-temporada de time de futebol: conversas acontecem e a imprensa especula secretários e possibilidades de novas contratações.
Mesmo que a eleição em Gravataí ainda dependa do TSE, um nome que circula pesado pelos WhatsApps dos políticos como secretário da Fazenda de Daniel Bordignon (PDT) é Marco Monteiro.
O ‘Bola’, como chamam amigos mais íntimos, é professor de História mas um apaixonado por tudo que se esconde sob e entre os números e equações das finanças públicas.
Co-autor do impeachment da prefeita Rita Sanco (PT) em 2011, ao lado do hoje vice Cláudio Ávila, foi o responsável à época por dar um brilho contábil às denúncias apresentadas na ‘CPI’ da cassação.
E botou na mesa supostas irregularidades na negociação de uma dívida de mais de R$ 100 milhões da Prefeitura com a Corsan, envolvendo o Banrisul como credor, que pelo volume parecia afiançar, pelo menos no imaginário político, a necessidade da queda do governo.
Também pelas mãos do amigo Cláudio, Monteiro foi indicado candidato a vice de Anabel Lorenzi (PSB) em 2012, quando Ávila tinha tanta ascendência sobre a candidata como tem hoje sobre Bordignon.
Funcionário público municipal de Cachoeirinha, não ser economista não deve ser um impeditivo. Os que conhecem Monteiro sabem que ele é um intelectual estudioso, metido. E também corajoso politicamente. Se fez apenas 204 votos para vereador nas eleições deste ano, já sorriu com surpreendentes 101.701 votos ao se lançar desconhecido como candidato a senador pelo PV, em 2010.
E, a história mostra, governos de épocas em que Bordignon reinava no PT já tiveram secretários da Fazenda que não passariam por um escrutínio de uma banca mais pesada do mercado financeiro, por exemplo.
Se convidado, Monteiro deve aceitar. Vontade de ajudar algum governo ele parece ter. Neste 2016, antes da revelação de que sempre esteve ao lado do amigo Cláudio e até a adesão de seu Solidariedade à coligação de Bordignon, um Monteiro seguro de si se colocou como alternativa para ser vice de Marco Alba (PMDB) e de Levi Melo (PSD).
De baixa estima, o Gordo não se contamina.
LEIA TAMBÉM