Foi simbólico. Justamente às 17h deste domingo, no momento em que as urnas encerraram a votação em todo o país, morreu um dos sinônimos da política do Vale do Gravataí. Ruy Teixeira, aos 97 anos, não resistiu a uma infecção que o havia levado ao Hospital Militar de Porto Alegre na última quarta-feira. O prefeito de Cachoeirinha, Miki Breier, decretou luto oficial na cidade.
O emancipador de Cachoeirinha, que governou a cidade entre janeiro de 1968 e julho de 1969, quando foi cassado pela ditadura, será velado na Funerária Rainha da Paz, na altura da parada 57 de Cachoeirinha, provavelmente a partir da manhã desta segunda-feira. O sepultamento será no jazigo da família, no Cemitério Municipal de Gravataí.
LEIA TAMBÉM
COLUNA DA SÔNIA | "Sonita, tu ciudad no tiene veredas!"
— O pai sempre foi um ser político. Incrível que a morte dele tenha se dado nesta data. A vida dele foi toda dedicada à política, e isso influenciou a família inteira. As lembranças dele de campanhas, de lutas, são as que eu sempre guardarei — diz o filho, Firmino Teixeira, de 69 anos, o mais velho de seis filhos do ex-prefeito.
Antes da emancipação de Cachoeirinha, em 1966, Teixeira foi vereador e vice-prefeito de Gravataí, em um histórico governo de Dorival de Oliveira.
Mesmo não tendo sido eleito a outro cargo depois da volta da democracia, Ruy Teixeira foi sempre encarado com um dos grandes conselheiros da política local. Fazia questão de se envolver nos processos. Neste último pleito, porém, só vivenciou o começo das campanhas antes de ficar bastante debilitado.
— Ele era militar, e já havia externado que gostaria de ver um militar no governo na democracia. Também era tradicionalmente um brizolista e anti-petista — comenta Firmino.