RAFAEL MARTINELLI

Morte da professora por aluno: “É um poço de solidão: estamos abandonados à própria sorte em cada escola”, diz presidente do sindicato de Gravataí; O artigo da Vitalina

Vitalina Gonçalves

Vitalina Gonçalves, presidente do sindicato dos professores de Gravataí, enviou ao Seguinte: manifestação sobre o assassinato da professora Elisabeth Tenreiro a facadas, por aluno, em São Paulo.

Também falei com Vita, por WhatsApp.

– O objetivo da manifestação é mais do que fazer uma denúncia do que vivemos todos os dias, é abraçar os colegas. É um cotidiano que está nos adoecendo, nos matando. Estamos abandonados à própria sorte em cada escola. É um poço de solidão. O objetivo não era ser agressiva, não era denunciar, era externar solidariedade e abraçar os colegas e toda comunidade escolar, enquanto pedimos socorro – disse.

Reproduzo o artigo.

“Em solidariedade às vítimas na escola de SP, é necessário defender a educação pública.

Fazer a leitura do noticiário da segunda-feira foi mais uma vez uma tarefa cruel para os sentimentos de centenas de milhares de pessoas, em especial para a categoria das trabalhadoras e trabalhadores em educação das redes de ensino público do país e do mundo.

Tomar conhecimento do bárbaro assassinato da professora de Ciências Elizabete Tenreiro, 71 anos, dentro da sala de aula da Escola Estadual Thomázia Montoro (SP), e que deixou outras quatro pessoas feridas, alunos e professores, tendo o agressor sido contido também por professoras, colocou em choque mais do que uma comunidade escolar (a qual externamos sentimentos de pesar e solidariedade), expôs uma situação cotidiana nas escolas públicas das cidades e estados brasileiros: é na escola que a realidade familiar e social das crianças, jovens e adultos estudantes confronta os profissionais da educação e ambos estão abandonados pelas políticas públicas.

Vivem à sua própria sorte, enquanto alguns punhados de gestores públicos e empresas privadas brincam no playground dos recursos orçamentários, descompromissados do investimento efetivo e necessário, não só financeiro, mas também estruturado no desenvolvimento integral que a Educação deve e pode promover.

A todas e todos que sofrem com o trauma da violência, que conseguem se colocar no lugar das pessoas que estavam na escola de SP na última segunda-feira, convocamos para a defesa da educação pública de qualidade, unindo forças na melhor forma de esperançar a paz.

Vitalina Conceição Marques Gonçalves

Presidenta – Sindicatos dos Trabalhadores em Educação Pública Municipal de Gravataí (SPMG)”.

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