O PSOL reúne a galera no Parcão daqui a pouco, 10h, em ‘reunião aberta’ para projetar a possibilidade de novas eleições e avaliar a campanha dos candidatos à Prefeitura, Rafael Linck e Luis Felipe, e à Câmara, Jacqueline Tuerlinckx e Ruan Martins, nas urnas.
Para saber um pouco mais, o Seguinte: teclou rapidamente com o Luis Felipe, pouco antes dele pegar o busão da vila Rosa Maria, onde mora, para o Centro.
Seguinte: – Qual a inspiração para esse tipo de reunião aberta à participação de todos?
Luis – Tirando a parte histórica, as ágoras gregas, organizar um partido a partir "das ruas" entrou para o vocabulário da esquerda depois das jornadas de 2013. Na prática, não temos sede, assim como não tivemos comitê eleitoral, e isso não é empecilho para não reunirmos. Somos das lutas da rua, então nada mais normal que nos reunirmos na rua!
Seguinte: – O convite aos filiados e simpatizantes é feito apenas nas redes sociais?
Luis – Os filiados são chamados com convocatória dentro de nossos grupos (Face/Whats), os simpatizantes ficam sabendo através das artes que eu mesmo desenho, desde que entrei no partido, aqui na rede social. Tem aqueles e aquelas que a gente telefona também. Mas o principal canal de divulgação é o Facebook. Por isso também somos vitimas da bolha ideológica que a rede social cria. E a forma de fugir dessa bolha é estar na rua. Nos reunimos no Parcão com mais freqüência por conta da logística, mas a intenção é percorrer todas as praças da cidade.
Seguinte: – A bolha ideológica a que te referes é a ‘aproximação dos iguais’ com as mudanças no algoritmo do Face?
Luis – Sim! E na esquerda existem várias "matizes", nem todos querem se organizar num partido, alguns são só de ficar no Face mesmo e a grande maioria dos nossos amigos já está filiado/a em algum partido. Reclamo da bolha mais na questão de que o Facebook já não serve para a gente dialogar com "a massa", embora o Rafael Linck tenha recebido incontáveis elogios e declarações de voto via rede social.
Seguinte: – Eleições deve ser a pauta da reunião aberta.
Luis – Avaliação eleitoral. Conjuntura (possibilidade de nova eleição). Próximas atividades do Partido. Ato de filiações. Vamos contar com a presença do Bernardo Corrêa, integrante da direção estadual, coordenador das campanhas da Luciana Genro e da Fernanda Melchiona, vitoriosa novamente à Câmara de Porto Alegre.
Seguinte: – O PSOL terá candidato caso o TSE não valide os votos de Daniel Bordignon e marque uma nova eleição?
Luis – Linck será o candidato.
Seguinte: – Faz uma avaliação tua da eleição, e do que pode ser feito diferente em caso de novo pleito. Sem textão, ou ninguém lê.
Luis – Como primeira eleição e com o resultado que recebemos, parece que não tivemos erros. Somos um dos nanicos e ficamos na cola de um partido histórico na cidade, lutando pelo 5º lugar (Luis Felipe se refere ao PT). Destaco, não como falha, mas como dificuldade maior, não termos conseguido andar por todas as regiões da cidade. Poderíamos ter aproveitado mais o tempo. Sobre a minha participação como vice acho que tenho que aprender a ser candidato. Me comportei como militante e a campanha passou como se não tivesse um vice! Muitos conhecidos, ex-colegas da escola votaram no Linck e não sabiam que eu era o vice.
Seguinte: – Para encerrar, Marcelo Freixo, candidato à Prefeitura do Rio, é hoje a esquerda que empolga?
Luis Felipe – Freixo é a síntese, nome construído pelas lutas, não tem medo de dizer DIREITOS HUMANOS com letras garrafais, mesmo com o avanço do conservadorismo no país. Eu li o programa do Freixo para a cidade do Rio e é incrível. Pra mim Freixo, Haddad, Isa Penna (SP), Guly Marchant e Nathi Bittencout (ZN de Poa) são a cara da nova esquerda. Que não é só branca, heterossexual e classe média, mas é também negra e diversa no gênero, cultura e classe social.
Vídeo enviado pelo Luis Felipe de comício de Freixo, com Chico Buarque, na Lapa. Clique aqui ou na imagem para assistir