Entre tantos caminhos disponíveis, Nadir Rocha escolheu ficar parado. E salário dos vereadores permanecerá o mesmo em 2017
– Decidi não apresentar projeto nenhum. Fica como está.
Contrariando os interesses da bancada que queria o aumento – e também dos que acham que não é momento para isso -, o presidente da Câmara, Nadir Rocha (PMDB), deu nó na corda. Não vai apresentar projeto fixando os salários para a próxima legislatura.
Assim, na prática, congela os salários dos vereadores em R$ 9,5 mil – se quisesse propor aumento para o teto, os salários poderiam chegar a R$ 12,4 mil por mês. Como só o presidente da Câmara pode propor um projeto dessa natureza, todos os que queriam aumento ficam de mãos atadas.
– Acho até que seria justo. Os vereadores estão sem reajuste há três anos e todas as categorias lutam por seus salários. Mas entendo que não é o momento. E se tenho poder como presidente da Câmara para fazer isso, vou fazer – garante Nadir.
– Mesmo que haja uma sanção do Tribunal de Contas depois, vou matar no peito.
O risco de um apontamento do Tribunal de Contas existe – e Nadir sabe. A lei manda fixar até a última sessão da legislatura os salários que vão ganhar os eleitos para a próxima. Ao não propor o projeto, Nadir pode estar incorrendo em improbidade administrativa – o que, aparentemente, não o impressiona.
– Estou aqui há tanto tempo que não me incomoda mais. Vou pelo que acho que está certo, com a orientação do Jurídico da Câmara e a minha consciência.
A consciência de Nadir – e a atitude dele – vai deixar contrariados também os manifestamente que não queriam o aumento. Aqueles que já tinham até meme pronto para postar no facebook dizendo ter votado contra o aumento, mas que iam recebê-lo todo final de mês.