Às 19h Marco Alba e a esposa Patrícia receberam na porta da Prefeitura a Nadir Rocha e a esposa Lúcia como novos prefeito e primeira-dama.
– A casa é sua – sorriu, fazendo uma mesura com as mãos, o prefeito que minutos mais tarde transmitiria ao colega de PMDB o cargo que ocupou nos últimos quatro anos.
Pouco antes, sem surpresas, o vereador de quinto mandato fora eleito presidente da Câmara e, com as novas eleições e a vacância do cargo, conduzido interinamente ao comando do poder executivo até pelo menos 12 de março.
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– Acho que está na hora do Nadir ter foto na Galeria dos Prefeitos – brincou Edir Oliveira, que comandou a Prefeitura em 1993 e 96, ao cumprimentá-lo, já num lotado Gabinete do Prefeito, lembrando que o vereador há cinco anos já ocupou a mesma função por 30 dias, entre o impeachment de Rita Sanco (PT) e a eleição indireta de Acimar da Silva (PMDB).
– Desta vez não precisamos te buscar em casa, Julinho? – recordou Nadir, saudando Julio Wurlitzer, que naquele 15 de outubro de 2011, como nesta noite, foi o servidor público responsável pela leitura do termo de transmissão de cargo e a assinatura do livro de posse.
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A escolha de Marco
Já despido do cargo, sem terno e ‘vestido de candidato’, em uma camisa azul de mangas dobradas, Marco Alba fez seu discurso de despedida, ou “até breve”, como disse Jones Martins (PMDB), o deputado federal de Gravataí, que acompanhou as posses.
– Aqui é a sede do governo, não sede de partido. E assim me comportei como prefeito, governando para as pessoas.
– E desafio qualquer governo anterior ao meu a dizer que fez mais pelas crianças. Entre o amortecedor do carro estragado pelo buraco e investir o pouco que tinha nas escolas, no livro, no uniforme, na patrulha escolar, fiz minha opção – disse, acrescentando que “os que destruíram a Prefeitura e impediram que pudéssemos fazer mais agora querem voltar”.
– Uma cidade da magnitude de Gravataí, devido a acontecimentos impróprios, onde pela terceira vez o mesmo quis brincar de ser candidato, terá uma nova eleição. E isso não é bom. Não dá solução de continuidade ao nosso projeto, ou mesmo permite a outros projetos começarem um governo. Não houve respeito com a comunidade – observou, avaliando como necessária a garantia do governo transitório, “não pela eleição, mas pela cidade”.
– Além do cumprimento de metas que traçamos em 2013 e sofreram atrasos pela brutal crise política e econômica do Brasil, a continuidade traz economia para a cidade. Não demitimos ninguém, então não há gastos com exonerações. Já chega o custo das novas eleições, que quem deu causa deveria pagar.
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Nadir: sem mudanças
De terno preto, em um discurso a sua maneira, popular, lembrando aqueles personagens puros de Dostoievski, Nadir disse que não faria alterações na equipe e que cumpriria um plano já traçado para os próximos 70 dias pelo grupo político que busca a reeleição.
– Quando entrei aqui pela primeira vez em outubro de 2011, era de chorar. A Prefeitura estava quebrada, entregue. Fizemos muita coisa nestes cinco anos. Recuperamos as condições de a cidade crescer. O Marco foi um baita administrador – concluiu, fazendo um sinal com as mãos juntas em agradecimento ao cumprimentar os presentes, entre familiares, secretários e vereadores que lhe aplaudiam, aos quais brincava, a cada abraço:
– Da última vez em que fui prefeito ganhamos a eleição!
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