Cristian Wasem (MDB) vai começar muito mal se ceder às pressões para apresentar uma ‘reforma administrativa’, que nada mais seria do que criar cargos para acomodar aliados políticos.
É até aceitável um prefeito eleito, agora nas urnas, criar seu organograma de governo.
O problema é o histórico recente de Cachoeirinha, graças a mal feitos e não feitos dos políticos.
Reputo tudo o que não precisa Cristian é um símbolo ruim, já na largada.
A aprovação pela Câmara seria uma certeza, mas permitiria a confirmação de que Cachoeirinha saiu das urnas em 30 de outubro como uma ‘República dos Vereadores’.
Pouco ou nada diferente do sequestro que, entre um pedido de impeachment, um golpeachment e uma CPI, foi uma vítima confortável o prefeito cassado Miki Breier (PSB).
Fato é que o principal problema que enfrenta o prefeito pelos próximos dois anos é achar espaços para o PP – uma kombi, mas que pode atropelar seu governo.
Como noticiei com exclusividade em Vazou o primeiro secretário do novo governo de Cristian: é Marco Barbosa; Os fiadores do ‘anti-Miki’, Marco Barbosa (PP) será o secretário de Segurança; na cota dele mesmo, já que é vereador reeleito.
O vice-prefeito, Delegado João Paulo (PP), será secretário de Governo. Um erro que analisei em Vice-prefeito eleito, Delegado João Paulo vai ocupar a principal secretaria no governo Cristian em Cachoeirinha; Os 5 primeiros ‘tiros políticos’; em resumo: não nomeie para cargo político alguém que você não pode demitir.
Há, ainda, o ex-vereador Charlante Stuart (PP), que antes mesmo de ser confirmado secretário de Administração já circula, não por esporte, mas por característica pessoal, mandando e desmandando.
Dos Grandes Lances dos Piores Momentos, o PP, mesmo com o vice eleito, é um ‘partido kombi’. Estreia mais gente agora do que apareceu para buscar um adesivo de carro ou uma bandeira na campanha eleitoral.
Mas uma kombi desgovernada pode fazer um estrago; e quem já dirigiu o veículo atesta a instabilidade, principalmente porque você guia do alto e os problemas acontecem na planície.
Cometendo amadorismo político, o PP instiga, por exemplo, que Cristian tire alguns dos cerca de 20 cargos que tem Jussara Caçapava (Avante) – ex-presidente da Câmara e 6193 votos no Rio Grande do Sul para deputada estadual, 4642 em Cachoeirinha – para indicar seus próprios CCs.
Para evitar ‘problemas’, não só o partido, mas outros, pressionam o prefeito a criar cargos.
Ao fim, Cristian vai precisar apelar a todos os santos, de fé, pagos ou não pagos, para ao menos adiar a pilha dos que cercam seu vice para chegar o mais rápido possível na cadeira onde senta.
Cuidado, prefeito, Cachoeirinha é prova de que prefeituras também se suicidam.