Morreu hoje, aos 75 anos, o ator Nelson Xavier.
Nelson Xavier nasceu em São Paulo em 1941, e seu início de carreira foi muito mais ligado ao teatro do que aos meios que mais tarde lhe renderiam fama. Formado em 1957 pela Escola de Arte Dramática (EAD), Xavier começou sua trajetória como crítico na revista Visão e, pouco depois, estreou no palco do Teatro de Arena com Eles Não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri.
Em 1965, no Rio de Janeiro, Xavier participou do elenco da montagem original de Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues. Pouco depois, consagrou-se com papéis em dois espetáculos do então estreante Plínio Marcos: Dois Perdidos Numa Noite Suja (1967), no qual foi também produtor, e Navalha na Carne (1968), ao lado de Tônia Carrero, ambos com direção de Fauzi Arap.
Estreou no cinema no filme Fronteiras do Inferno (1959), dirigido por Walther Hugo Khouri e atou em quase 50 filmes ao longo dos seus 50 anos de carreira. Atuou em filmes importantes como Os Fuzis (1964), A Falecida (1965), Dois Perdidos Numa Noite Suja (1970), As Confissões de Frei Abóbora (1971), Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), Eles Não Usam Black Tie (1981) e O Cangaceiro Trapalhão (1987).
: Os Fuzis (1963)
: Com Fernanda Montenegro em A Falecida (1965)
: Césio 137, O Pesadelo de Goiânia (1989)
Também atuou em produções estrangeiras rodadas no Brasil, como Gabriela (1983), com Marcello Mastroiani; Luar Sob Parador (Moon Over Parador, 1988), com Raul Julia e Brincando nos Campos do Senhor (At Play in the Fields of the Lord, 1991) com Darryl Hannah.
: Gabriela (1983)
Nos anos 2000 alcançou uma nova popularidade ao protagoniza filmes de cunho espírita, dando vida ao médium Chico Xavier.
: Como Chico Xavier
Na televisão, estreou na novela Sangue e Areia (1967), na Rede Globo, e atou em diversas novelas.
: Sangue e Areia (1967)
Em 1982 fez um enorme sucesso ao interpretar Lampião na minissérie Lampião e Maria Bonita, com Tânia Alves. Sua última novela foi Babilônia (2015).
: Com Tânia Alves, em seu papel mais famoso
O ator morreu em Uberava, em decorrência de um câncer.
Veja em vídeo
Diego Nunes é gaúcho, formado em Rádio e TV pela Universidade Metodista de São Paulo, é pesquisador da memória cultural e artística, e sua paixão é o cinema. Além disso, atua como diretor cultural da Pró-TV, Museu da TV Brasileira, e no departamento de arquivo da Rede Record de Televisão.
Acompanhe-o pelo Memória Cinematográfica.