O Grêmio venceu o clássico 439 principalmente pela vontade. Não estamos reduzindo o triunfo, pelo contrário. O segundo gol marcado, após Villasanti vencer o “pé de ferro”, é um emblema e tanto! Sobrou disposição, entrega, suor, brio, vontade, alguns momentos de intensidade…
Houve também o acerto de Renato com a troca de mecânica tática. O 4-2-3-1 sem velocidade já havia batido no teto antes mesmo do título no Gauchão. É claro que o 3-5-2 esteve longe da sua execução ideal, mas já é um (re) começo.
Existiu ainda os lampejos de gênio de Luisito Suárez. O camisa 9 justifica cada grão de arroz investido nele, se é que entendem a referência. O Grêmio venceu também pela capacidade superior da direção na comparação com o tradicional adversário. Futebol de alto nível se faz com dinheiro e/ou CRIATIVIDADE. Bucha do uruguaio!
Com o resultado, o tricolor dissipa parte das nuvens que pairavam sobre a Arena. Além de garantir as “flautas” nesta segunda-feira, a vitória consolida a hegemonia esmagadora dos últimos anos. E o pior (para o lado vermelho), o Grêmio nem precisou jogar tanto assim nos últimos duelos.
Aliás, se quiser alçar voos mais altos na temporada, será preciso evoluir e muito em performance. Mesmo com a mudança de desenho, o time seguiu cedendo generosos espaços à frente da área — tanto que o Inter acertou a trave de Grando aos 2 minutos de jogo.
Também pela ausência de Pepê, a estratégia foi oposta: abrir mão da posse de bola e explorar os contragolpes. Assim nasceu o 3° gol, já sem o irresponsável Kannemann. Levou o 2º amarelo como se fosse juvenil. Precisa receber um senhor puxão de orelhas ou afins. Lembrando que ninguém é maior que o clube!
No lado colorado, é Apocalipse! É preciso mudar-mudando. Trocar tudo, inclusive (ou principalmente) o Presidente. Como é inviável, que caiam todos os “caíveis”. A comissão técnica talvez seja a menor das culpadas, mas esgotou o prazo de validade. A equipe é incapaz de responder aos mandos do treinador. Derrota de 11 a 1 nos últimos 5 jogos.
O Departamento de Futebol, então, parece peça decorativa. As entrevistas ao final da partida conseguiram superar o vexame dentro das 4 linhas. O Inter com Alessandro Barcellos deixou de ser Transatlântico e virou canoa furada à deriva. Era momento de vir aos microfones, fazer o mea-culpa, dar alguma satisfação. Omissão patética e constrangedora!
Voltando ao Gre-Nal, Mano acertou ao mudar o time taticamente. A migração para o 4-1-4-1 com Johnny aberto à direita, aproximou Maurício de Alan Patrick pela região central e garantiu superioridade numérica no setor.
Também por isso, o time teve iniciativa, posse e certo controle na etapa inicial. No último terço, porém, novamente faltou poder de fogo. Wanderson com justiça iniciou no banco. Pedro Henrique, porém, também não justificou a presença entre os titulares. Luiz Adriano foi Luiz Adriano.
Até a conclusão deste pitaco, segue tudo igual pelas bandas do Beira-Rio. Eis a pior notícia possível para os derrotados no maior clássico do Mundo.
Enquanto isso, os gremistas seguem ostentando sorrisos de orelha a orelha. Graças a Renato. Bendito seja Suárez. Louvável seja a transpiração.
Gre-Nal não se joga, Gre-Nal se vence!