Leandro Melo

No mundo do trabalho

Se você trabalha ou já trabalhou sabe onde é. Se pretende ter FGTS ou um negócio, já ouviu falar e ainda há de saber. As empresas, o salário, o patrão e o empregado, as férias, o contrato, tudo isso constitui um mundo à parte. É o Mundo do Trabalho. É igual a uma outra dimensão, onde vivem as personagens criadas a partir do empego de pessoas como eu e você.

Se olhar rápido demais, vai achar tudo igual ao mundo em que se vive. Mas não se engane! O Mundo do Trabalho é um lugar que tem suas próprias regras, perigos ocultos em cada corredor e seres com hábitos muito estranhos. Um lugar onde a fantasia e a realidade se misturam, toda a verdade está contida em palestras motivacionais e reuniões intermináveis, e, no lugar do sol, um relógio com vida própria conta o tempo do jeito que bem entende.

Se em algum momento da sua vida terrena já ouviu frases como “é importante separar vida pessoal da profissional”, ou ainda “aqui somos como uma família”, você sabe que esse lugar existe.

Mas vamos com calma. Respire fundo. Trabalhar é ótimo! Difícil é a arte de ganhar a vida, que nos transforma em algo diferente de humanos. Mesmo assim, essa força sobrenatural chamada Emprego cria seres muito peculiares e inimagináveis, cheios de histórias. E são essas criaturas que passaremos a conhecer daqui em diante. Será como ler as anotações de um  observador atento que deixou escritas as desventuras de Antônio, o fantasma corporativo; de Paula a secretária ativista; de Olegário, conhecido como o canta-junto e de tantos outros que viajam entre o nosso mundo e o singelo e magnífico Mundo do Trabalho. Mas somente na próxima semana –, com horário marcado e nem um minuto de atraso, ou será descontado no final do mês.

De volta ao mundo daqui

Dobrei apressado para entrar na Anápio Gomes e freei num piscar! Quase fui no meio da senhora atrapalhada, cheia de sacolas. Nem dirigia tão rápido assim, mas ela surgiu como um gato pulando da calçada para o asfalto. Sigo e logo paro, esperando atrás da fila de carros que escorrega para as vagas da rua e seus outros destinos. Daqui, me resta assistir o louco despir-se da manequim na vitrine. Sai a bolsa e sai a saia. Mas a blusa vermelha, só saindo o braço. Pra chamar a atenção é preciso se desfazer em pedaços. E quem compra passa na velocidade de um sábado.

 

Leandro Nazari é um ser humano, homem, e jornalista em processo constante de desenvolvimento sustentável, sempre ocupado com o tal Mundo do Trabalho.

Envie comentários, críticas e histórias para oigalemundo@gmail.com.

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