A euforia do último dia presente com os pés na empresa só é comparável à sexta-feira que antecede a festa da firma. Mas a essa altura, tudo o que se quer é sol e água fresca, e que o próximo dezembro chegue logo.
E nesse fevereiro escaldante, a primeira caminhada na praia vai revelando do que são feitos os 30 dias de alforria.
Enquanto Mauro alinha os passos com a esposa Laura, as reflexões populares da condição humana perfumam o conhecimento sobre as relações que ele, líder de uma equipe de 18 pessoas, está tão habituado.
"…Lavar uma louça não pode, agora vem aqui, se acampa e não ajuda com nada…". Mais alguns passos e outro atravessamento. "O que ela me disse é que vai deixar ele porque ele não quer trabalhar!"
E de passo em passo, com o mar à direita e arranha-céus à esquerda, o que Mauro percebe é que o emprego não o larga e não deixa ninguém descansar! Aliás, quando gente se junta, o assunto é trabalho.
E no litoral, no campo ou na cidade, as quatro semanas oferecidas para se desligar dos computadores, relatórios e chefes, viram, na verdade, uma catarse daquele ambiente. Os pés estão na areia, mas a cabeça fica no Mundo do Trabalho.