reflexões

No mundo do trabalho, o que queremos afinal?

Em tempos de falta de condições de contratar e de tanto frio que um edredom consegue aprisionar até o mais forte, saber o que se quer é a vitamina para manter o Ser de pé.

É mais ou menos o que disse o Max Nunes (1922-2014):

– Personalidade é aquilo que uma pessoa tem quando não está precisando do emprego.

Ele próprio, formado médico, entregou-se às palavras e ao humor, criando personagens e programas humorísticos para TV e Rádio, clássicos até hoje.

E é preciso mesmo muita Personalidade para viver longe do Mundo do Trabalho. Quando visto de longe, causa saudades e melancolia, quando é visitado com regularidade, causa angústia e desejos de ser algo maior que nós mesmos. Mas onde estamos nesse ínterim?

Se tem um momento bom para nos reinventarmos é a experiência do Não-Trabalho, mergulhados no caos de nós mesmos. Mas não deixe o seu Emprego por esta experiência, por favor. Pode se exercitar apenas a imaginação, criando esse cenário mentalmente. E aí, onde você estaria. O que estaria fazendo se estivesse fora do Mundo do Trabalho? Muito bem, e o que falta pra isso?

Não cabe aqui e nem tenho diploma para dar pitaco na rotina de cada um, ou um #ficadica de Como fazer, mas vale lembrar que tudo é transitório e que a Vida é uma só. O que nos restam são boas experiências e uma vontade grande de melhorar a cada dia. Que seja assim.

 

Gente do Mundo do Trabalho

 

Ah! Dona Neuza! Que saudades, lamentam os mais de 40 funcionários da distribuidora de peças automotivas. Por ficar numa região afastada da cidade, é uma dessas empresas que mantém cozinha própria. E a Dona Neuza era a ranzinza cozinheira, que também servia o “PF” por uma janelinha na divisória da copa. Mas a nostalgia não se deve à lembrança de nenhum dote culinário especial ou tempero secreto. Muito pelo contrário, a comida sempre tinha sal de mais ou de menos, e o asseio da matrona era quase zero, exceto pelas unhas impecável e estranhamente muito bem cuidadas e pintadas, todos os dias. Mas é que Dona Neuza era o calor dos frios e escuros corredores feitos de prateleiras. Era a cara do lugar, mais até do que a própria logomarca da empresa que carregava o rosto do dono estilizado. E quando alguém reclamava do gosto intragável da comida, ela soltava uma risada alta e grave, olhava bem nos olhos do faminto indignado e bradava: tá comendo porque quer! Hoje, muitos dos funcionários, ao se servirem no novíssimo buffet, com diversas e suculentas opções, oferecido pela nova prestadora, respiram fundo a espera de alguém que os lembre porque vão dedicar mais um dia àquele trabalho.

 

De volta ao mundo daqui

 

Passo pela cidade e vejo tantas obras que até me sinto constrangido. Passaram-se anos sem nada sendo feito e, agora, em plena crise, tem tapume por todo o lado. Perguntei por aí e ninguém sabe ao certo nem porque nem pra quê. E eu que tenho uma reforma várias vezes adiada em minha casa penso que sou eu que não sei administrar o dinheiro e o tempo. Quem sabe a hora certa seja essa mesmo? Mas, pensando melhor, se eu começar uma obra agora, lá em casa, perco meus votos e corro o risco de sofrer até impeachment! 

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