Última coluna do mês e chegamos ao artigo selecionado. Hoje, uma análise lúcida sobre a geração que toma conta do Mundo do Trabalho impondo novas regras e muitas perguntas. Uma revolução social e econômica em andamento neste instante, e feita por mim e por você!
Ascensão do Trabalho com Propósito.
“Olá, o que você faz da vida? ou “O que você é?”
São perguntas comuns que representam a nossa personalidade e nossa essência como ser humano para a sociedade em geral. As respostas mais comuns são, “Eu sou engenheiro, curso Direito, trabalho no banco”. O mais incrível é que em algumas situações a pessoa não é feliz com essa profissão, mas já se tornou internalizada, símbolo da identidade daquela pessoa.
Se o propósito de tudo o que fazemos é com o objetivo de alcançar a felicidade, porque fazemos algo que não sentimos prazer e felicidade?
O emprego remunerado como conhecemos hoje data trezentos anos e foi criado com o objetivo de maximizar a produção das fábricas segmentando em várias etapas um trabalho repetitivo, exaustivo e sem propósito.
Esse emprego foi posteriormente consolidado no modelo tradicional das escolas para preparar as pessoas para o mercado, e perdura até hoje, fomentando a ideia que para ser bem-sucedido precisa se formar em uma boa faculdade e ter um bom emprego.
Felizmente, algumas iniciativas e mentalidades contemporâneas junto com a evolução e ingresso massivo da tecnologia no mercado estão “aposentando” o modelo empregatício.
Essa transição está sendo movimentada intensamente pelos milennials (jovens nascidos entre 1980 e 2000) os quais buscam trabalhos que “espelhem” as sensações transmitidas em seus momentos de diversão.
Esses jovens buscam mais liberdade para criar, ambientes flexíveis, criativos e colaborativos, e estruturas mais fluídas e horizontais. Eles vão fundo, não se importam em envolver-se em diversas iniciativas, desde que haja amor, propósito e como sustentar esse sonho.
Eles fazem parte de uma nova filosofia de trabalho que apostam na transição do “work to” (trabalhar para) para o “work with” (trabalhar com)dando mais que incentivos, mas significância e preparando essa pessoa para um crescimento orgânico com um suporte da própria empresa, como uma rede, dando liberdade para a pessoa ser criativa e arriscar.
Este tipo de empresa prefere crescer “para os lados” e manter uma estrutura enxuta, está sempre disposta a fazer o bem para o mundo, mas sem caridade, e sim, com ações de impacto social. Esta empresa irá moldar a nova economia sem ter “empregados”, mas com potenciais empreendedores.
Já o novo tipo de profissional engloba todo o universo organizacional (ele, empresa e colegas) de forma afetiva, menos egóica e empática.
Organizações empáticas vão precisar de pessoas com maior capacidade de integração e sensibilidade em diferentes tipos de ambientes e situações.
Assim, eu tenho um pensamento otimista em relação às mulheres, mesmo com a projeção de curto prazo da WEF que pode afetá-las principalmente. A longo prazo, penso que as mulheres terão vantagem já que possuem característica mais marcantes com o que se projeta para a “era das máquinas”, como empatia e inteligência coletiva.
“O argumento padrão é que a diversidade é boa e você deve ter tanto homens como mulheres no mesmo grupo. Mas, o que os dados mostram que quanto mais mulheres, melhor o resultado.” Thomas Malone, Professor do MIT e autor do The Future of Work.
Mas, será que a intolerância da mentalidade machista que pode influenciar diretamente a presença feminina no mercado estaria dificultando o progresso da nossa sociedade?