RAFAEL MARTINELLI

No Podemos do Dr. Levi, Dila pode; O Ser Político em Gravataí 2024

Ao que parece restará só na fofoca uma suposta indisposição entre o vereador de Gravataí Dilamar Soares e o Podemos, após não ter aderido à candidatura do governo Luiz Zaffalon à Presidência da Câmara; leia em O que Zaffa diz sobre Dila perder cargos; De vereador do prefeito à rebeldia na eleição para Presidência da Câmara de Gravataí.

Dila – que não tenho notícia de ter perdido cargos na Prefeitura – se filia dia 7.

Ontem postou almoço com a presidente nacional Renata Abreu e o presidente estadual Everton Braz, acompanhado do prefeito em exercício Dr. Levi Melo, cuja filiação no Podemos teve sua participação decisiva.

Foram ciceroneados em Guaíba pelo prefeito Marcelo Maranata e a primeira-dama e presidente estadual do Podemos Mulher, Deisi Maranata, para quem Dila fez campanha para deputada estadual em 2022.

Ao fim, se divergências devido à composição da nova base de governo já não fazem mais de Dila ‘o vereador do prefeito’, vereador do vice-prefeito está.

Lembra-me “O Ser Político”, do Millôr, que vale para todas personagens envolvidas no antes, durante e depois da controversa eleição para a Presidência da Câmara em dezembro último, e também para alianças que estão por vir na eleição 2024.

Ser político é engolir sapo e não ter indigestão, respirar o ar do executivo e não sentir a execução, é acreditar no diálogo em que o poder fala e ele escuta, é ser ao mesmo tempo um ímã e um calidoscópio de boatos, é aprender a sofrer humilhações todos os dias, em pequenas doses, até ficar completamente imune à ofensa global, é esvaziar a tragédia atual com uma demagogia repetida de tragédia antiga, é ver o que não existe e olhar, sem ver, a miséria existente, é não ter religião e por isso mesmo cortejar a todas, é, no meio da mais degradante desonra, encontrar sempre uma saída honrosa, é nunca pisar nos amigos sem pedir desculpas, é correr logo pra bilheteria quando alguém grita que o circo pega fogo, é rir do sem-graça encontrando no antiespírito o supremo deleite desde que seu portador seja bem alto, é flexionar a espinha, a vocação e a alma em longas prostrações ante o poder como preparação do dia de exercê-lo, é recompor com estoicismo indignidades passadas projetando pra história uma biografia no mínimo improvável, é almoçar quatro vezes e jantar umas seis pra resolver definitivamente o problema da nossa subnutrição endêmica, é tentar nobremente a redistribuição dos bens sociais, começando, é natural, por acumulá-los, pois não se pode distribuir o pão disperso, e é ser probo seguindo autocritério. E assim, por conhecer profundamente a causa pública e a natureza humana, estar sempre pronto a usufruir diariamente do gozo de pequenas provações e a sofrer na própria pele insuportáveis vantagens.

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