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Nossa Terra, Nossa Gente, de Agostinho Martha: Livro mais importante da história de Gravataí será lançado após mais de meio século

A capa do livro, Agostinho e o filho Marco Bandeira

Após mais de meio século, o lendário livro “Nossa Terra, Nossa Gente: A história de Gravataí (1730-1950)”, de Agostinho Martha e Marco Bandeira Martha, tem data de lançamento. Dia 26 de abril, na Casa do Açores, será entregue um “monumento” da história da Aldeia dos Anjos e do Rio Grande do Sul, como descreve o historiador Amon Costa, com autorização da família editor do livro ao lado de Julinho Barbosa e a esposa Angela Maria Fonseca Barbosa dos Santos, e do jornalista Leandro Nazari.

O gravataiense nascido em 28 de agosto de 1914 e falecido em 17 de abril de 1991 começa a epopeia em 1730 e termina em 1950, com a eleição democrática do primeiro prefeito, José Link. A obra tem os capítulos permeados por ‘quadrinhas’, uma espécie de trova, onde o autor transforma personagens, documentos e histórias em versos.

Conforme os editores, a pesquisa de Agostinho reconfigura a história de Gravataí, com documentos que mudariam o aniversário da cidade para 29 de dezembro 1769, não aderindo ao antigo 8 de abril de 1763 ou ao atual 23 outubro 1880. Além de jornadas arqueológicas aos primeiros moinhos onde hoje é a Freeway, há referências à construção da Igreja Matriz e a nomenclaturas de ruas e localidades, como Morungava, que era conhecido como Recanto dos Butiás.

A partir de documentos da Curia do Rio de Janeiro e cartas dos primeiros tropeiros lagunenses, a pesquisa de Agostinho abre o debate sobre a história gaúcha das sesmarias, ao provar que Gravataí, 30 anos de Porto Alegre, e da chegada dos índios missioneiros, já tinha fazendeiros açorianos criando gado e plantando trigo e mandioca.

A vastidão do material motivou a escrita do prefácio por Vera Lucia Maciel Barroso, do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, e uma das maiores pesquisadoras brasileiras da cultura açoriana, autora de Açorianos no Brasil.

– É o sonho da família – conta Angela Maria Fonseca Barbosa dos Santos, que é da terceira geração de guardiãs da história de Gravataí.

A pedagoga é filha de Antoninho Fonseca, que era o melhor amigo de Agostinho, e neta de Ernesto Fonseca, criador do jornal “O Gravataiense”, de quem foi herdado parte do material compilado nos manuscritos originais.

– Andavam sempre juntos, trocando pesquisas sobre nossa história – recorda, sobre uma amizade que a história de Gravataí registra, com Agostinho como nome do Museu, cujo Arquivo Histórico é batizado como Antoninho Fonseca.

– A família vai nos presentear com a arrecadação do livro para publicarmos uma obra complementar, só com fotos históricas – antecipa Julinho Barbosa, conhecido ‘retratista’ da aldeia, sobre a primeira tiragem ao preço de R$ 69,90.

– É um presente que a família deu a nós e a Gravataí – diz Leandro Nazari, que criou a capa, que é um cartão de visitas da obra.

A foto inédita, de 1907, aplicada em tons de terra, mostra Agostinho na primeira Festa do Divino Espírito Santo, no local onde hoje está um postal de Gravataí, o Colégio Dom Feliciano.

– É possível ver a negritude participando, compondo a banda, em uma época de segregação, que era esquecida na Festa do Divino – observa Amon, que lembra ter sido o pesquisador “um democrata”.

 

: Agostinho na Itália, combatendo pela FEB na Segunda Guerra Mundial

 

Para falar sobre o livro, e lembrar do ímpar Agostinho, o Seguinte: reuniu ao grupo de editores ao jornalista Roberto Gomes de Gomes, nosso editor e que, a partir de 1983, teve o pesquisador como primeiro colunista de seu jornal, o Correio de Gravataí. A coluna tinha o nome que agora leva o livro, “Nossa Terra, Nossa Gente”.

– Fui o primeiro a digitar os manuscritos, em 83, numa máquina de escrever Gepeto Composer – conta RGG.

– Ao ler, o falecido jornalista Celito de Grandi me disse desconhecer qualquer cidade do Rio Grande do Sul, e talvez do Brasil, que tenha registro histórico dessa grandeza, seja pela pesquisa, como pela qualidade de texto – atesta, afirmando ser Agostinho Bandeira Martha “o maior intelectual e personagem mais importante da história moderna de Gravataí”.

Siga o bate-papo, que aconteceu na casa de Julinho e Angela, com Amon e Roberto, na mesa onde Agostinho sentava com o amigo Antoninho.

 

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