O telefone dos novos vereadores eleitos não para de tocar. Além das felicitações e do natural “eu votei em ti!”, que se verdadeiro faria Gravataí ter um eleitorado do tamanho de São Paulo, outro tipo de ligação já começou a acontecer:
– E a Presidência da Câmara?
É que, com a possibilidade de uma nova eleição em Gravataí, caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não reconheça a vitória de Daniel Bordignon (PDT) nas urnas, o próximo presidente certamente exercerá um mandato-tampão como prefeito.
Em Novo Hamburgo, que em 2012 viveu caso semelhante a Gravataí, Tarcísio Zimmermann (PT) venceu a eleição com 54% dos votos, mas teve a candidatura impugnada. Uma nova eleição foi convocada pelo TSE e só aconteceu em março do ano seguinte.
Por três meses o presidente da Câmara, Antônio Carlos Lucas (PDT), ocupou interinamente o cargo de prefeito.
Em 2011, presidente já virou prefeito
Em 2011, Gravataí já teve um presidente da Câmara como prefeito interino. Com a cassação da prefeita Rita Sanco (PT), Nadir Rocha (PMDB) assumiu a Prefeitura de 15 de outubro a 15 de novembro, até Acimar da Silva (PMDB) ser eleito indiretamente pelos colegas.
Em 2016, não corremos este risco.
Se houver nova eleição, a decisão será nas urnas.
Como as urnas dividiram os vereadores
Hoje, nenhum dos grupos que disputaram a eleição em Gravataí tem a maioria entre os 21 vereadores.
Bordignon, o escolhido das urnas com 45.374 votos, viu eleitos três vereadores em sua coligação: Rosane Bordignon, Alex Peixe e Demétrio do Esporte, todos do PDT.
Da coligação do atual prefeito Marco Alba (PMDB), que ficou em segundo com 33.420 votos, são 10 eleitos. Cinco pelo PMDB (Paulinho da Farmácia, Clebes Mendes, Nadir Rocha, Alan Vieira e Alex Tavares), um pelo PTB, Jô da Farmácia; um pelo PRB, Fábio Avila; um pelo PV, Airton Leal; um pelo PP, Roberto Andrade e um pelo DEM, Evandro Soares.
Anabel Lorenzi (PSB), que fez 25.756 votos, teve cinco eleitos na coligação. Paulo Silveira, Carlos Fonseca e Wagner Padilha do seu PSB; Aureo Tedesco e Neri Facin do PSDB.
Da coligação de Levi Melo (PSD), que recebeu 19.420 votos, foram eleitos três vereadores do partido: Dimas Costa, Dilamar Soares e Bombeiro Batista.
Valter Amaral (PT), com 2.578 votos, Rafael Linck (PSOL), 2.134 e Sadao Makino (PSTU) não tiveram vereadores eleitos.
O poder da caneta
Num cenário de nova eleição, a Presidência da Câmara terá papel estratégico na escolha das candidaturas e na composição de novas alianças. Quem ocupá-la, como prefeito interino terá, tomando por base a experiência de NH, pelo menos dois meses para apresentar o jeito de seu grupo governar, além da caneta para fazer obras, serviços e nomear mais de 300 CCs, que em campanha se transformam em cabos eleitorais.
Quem com quem
No caso do TSE validar os votos e Bordignon ser diplomado prefeito em 19 de dezembro, a eleição para a Presidência diminui em importância, mas também servirá como termômetro para a sempre tradicional reconfiguração do quadro político a cada troca de governo.
Muita gente que estava num lado, no dia seguinte estará no outro.
Alguns até no secretariado, possivelmente.
LEIA TAMBÉM