no clima do Natal

O abraço da Lauren e do Lucas

Lauren e Lucas: exemplo de atitude infantil que deveria ser seguida e exercitada pelos adultos

O administrador Nando Rocha, colunista do Seguinte:, publicou um texto em seu perfil pessoal no Facebook que reproduzimos a seguir. Vale a pena a leitura por retratar como é o amor e o perdão no mundo das crianças. Enquanto isso, no mundo dos adultos…

 

 

Eu já comentei sobre a amizade da Lauren com o pequeno Lucas por aqui. São inseparáveis. Dançam e brincam juntos. Nos finais de semana, a Lauren menciona o nome do amiguinho em diversas oportunidades. No entanto, na quinta-feira, último dia que foi à escolinha antes das férias até a virada do ano, houve algum problema entre eles. A Lau chegou ao carro quieta, introspectiva e, logo, desabafou:

– A Lau tá triste. Brigou com o Lucas.

Laconicamente. Sem dar maiores detalhes. E seguiu daquele jeito até em casa. No fim de semana, algumas vezes parecia distante, reflexiva. Suspirava em meio aos brinquedos e tornava a dizer que estava triste porque brigou com o Lucas. 

Hoje ela ficou sob os cuidados do vovô Sergio e da vovó Marilda. Num daqueles momentos que, possivelmente, lembrara do amiguinho, acabou desabafando:

– A Lau tá triste, vovó. A Lau brigou com o Lucas.

O vovô lembrou que, há uns dias, havia passado pelo Lucas na rua da bisa. Perguntou se a Lau queria pedir desculpas ao amiguinho, e ela, de pronto, aceitou. Ao fim da tarde, o vovô partiu tentando proporcionar o encontro dos amigos. Achou a casa do Lucas. Quando ele a viu no portão, veio eufórico, ansioso, feliz, saudando a amiga:

– A Lauli! A Lauli! A Lauli!

Reencontraram-se e deram um abraço longo e bem apertado. Não sei qual foi o desentendimento, mas sem dizer nenhuma palavra, ao modo afável e transparente das crianças, ali estavam, reatando a amizade. Segundos depois, já brincavam juntos como se nada tivesse acontecido.

Na volta pra casa, já com soninho, a Lauren murmurou algo baixinho, inaudível. Aproveitei uma sinaleira parada e me virei pra trás perguntando o que ela estava dizendo. Ela tirou o bico e disse com os olhinhos brilhando:

– A Lau tá feliz, papai.

Eu não precisei perguntar por quê. Ela havia se entendido com um amigo muito importante na sua curta jornada. As grandes amizades, possivelmente, nem precisam da formalidade de um pedido de desculpa. Um abraço cura tudo. Tira a tristeza do peito, o peso do coração e devolve o sorriso. Minha Lauzinha, hoje, conheceu a graça do perdão e da reconciliação.

Que possamos aproveitar o clima de Natal e procurar o nosso “Lucas”. Aquela pessoa que, em meio à agitação, à correria, ainda temos tempo de olhar através da janela, ouvindo as buzinas frenéticas dos carros como se fosse aquela melodia que embalava sorrisos em outros tempos, e pensar: eu tô triste porque não consigo ser plenamente feliz sem ti. 

Então, a procure sem orgulho e abrace como a Lau e o Lucas. E torne a ser feliz. As lições das crianças são as mais sinceras e genuínas.

 

 

Para acessar o texto de Nando Rocha no facebook, clique aqui.

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