meio ambiente

O barco que desvenda o Rio Gravataí

Barco percorre o rio da cabeceira para baixo | foto DIVULGAÇÃO RIO LIMPO

Dois anos depois de iniciado o projeto Rio Limpo, o barco-escola da Associação de Preservação da Natureza do Vale do Gravataí (APN-VG) contabiliza, neste Dia Mundial do Meio Ambiente, que pelo menos 10 mil já navegaram pelo Rio Gravataí a bordo co catamarã de 11,9 metros e 65 centímetros de calado, com capacidade para 60 alunos por viagem. Se a intenção, no início do projeto, como defendeu o presidente da APN, o geólogo Sérgio Cardoso, era mudar o perfil da luta ambiental na região e passar do simples combate pela causa à educação ambiental, o resultado está bem melhor que a encomenda.

— As viagens com o barco-escola nos permitem mostrar um rio que boa parte das pessoas nem conheciam. Isso aumenta o nosso compromisso como uma entidade preocupada com a questão sócio-ambiental e educativa — valoriza o ambientalista.

A parceria com uma agência de viagens local, a Aldeia Tur, permite uma agenda que abrange o público desde estudantes de escolas a universidades, integrantes de projetos sociais, empresários e funcionários. Literalmente, todo o público interessado na temática ambiental e no maior patrimônio natural da região. Se as manchetes mostrando o Rio Gravataí como um dos mais poluídos do país servem de alerta para um problema que é de todos, mostrar a face do rio ainda linda, é como mostrar a quem se quer educar, que o rio, bem cuidado, tem jeito sim. A estimativa é de que 70% da extensão do rio não está comprometida.

— Potencializar novas consciências para tornarem a teoria de defesa do meio ambiente em prática é o nosso desafio constante — avalia Cardoso.

Durante o percurso do catamarã, são cinco pontos de parada para que a equipe de educadores converse com os visitantes. É uma aula dentro do rio, mas também é uma troca de conhecimentos.

— O barco é um dos nossos instrumentos de luta — define Sérgio Cardoso.

O projeto Rio Limpo é hoje o mais bem sucedido na área ambiental no Vale do Gravataí, Foi um dos três selecionados na Região Sul — e dos 43 no Brasil — entre 720 projetos sócio-ambientais patrocinados pela Petrobras, em um edital iniciado em 2012. O R$ 1 milhão veio e, somente na primeira fase do projeto, 3.360 alunos percorreram o rio da cabeceira para baixo, desde Santo Antônio da Patrulha, passando por  Glorinha, Gravataí, Canoas, Porto Alegre, Alvorada e Viamão.

Nos últimos 24 meses, de acordo com Cardoso, o projeto é orgulhosamente auto-sustentável. Desde maio de 2016, o Rio Limpo não recebe recursos públicos. E isso dará fôlego para avançar. De acordo com o presidente da APN-VG, está em formatação um novo projeto para concorrer a financiamento público em educação ambiental.  

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade