perfil Fred Pinho

O caçula cresceu

Fred Pinho, brincando com a esposa, não tinha nem tirado a CNH quando foi eleito

Em mais um dos perfis dos vereadores eleitos o SEGUINTE: apresenta Fred Pinho. Seguindo os passos do pai, ele é o mais novo da história de Gravataí e o segundo do país.

 

 

Aos 11 anos, Fred deu o primeiro discurso de verdade, ao lado do pai vereador, Francisco Pinho, no antigo Galpão Santa Fé, na parada 62 da av. Dorival de Oliveira.

– Se eu te chamar ao palco tu fala? – perguntou o deputado Germano Bonow, que visitava a cidade.

– Falo – respondeu o menino que, desde os quatro anos, já divertia pequenas plateias de políticos, apoiadores e familiares, ao subir em cadeiras e arriscar algumas palavras em nome do pai.

Para surpresa de Fred e da família, Bonow disse que naquela noite de setembro uma pessoa especial falaria em nome dele.

– Eram mais de 400 pessoas. Nem lembro o que disse!

– Eu sabia que um dia seria candidato. Só não achava que seria tão cedo – admite Fred, eleito com 1.436 votos, em outubro de 2012, dois meses e uma semana depois de completar 18 anos.

Ele é o vereador mais jovem da história de Gravataí, superando Edir Oliveira, eleito aos 22 anos como um dos seis vereadores do MDB nas eleições municipais de 1972.

Na atual legislatura, é o vereador homem mais jovem do país. A caçula é Gislaine Ziliotto, de Ipê, também no Rio Grande do Sul, que foi eleita aos 17 anos, e completou 18 na data da posse, em 1º de janeiro de 2013.

– Muitos pensam que sou um projeto político, que fui planejado para, aos 18 anos, com meu pai vice-prefeito, eu ser eleito vereador! – diverte-se.

– Mas o pai não queria que eu concorresse em 2012. Achava que eu era muito novo. Eu insisti e deu certo – revela.

 

: O pequeno Fred discursa em uma festa do PTB de Gravataí ao lado do pai Francisco Pinho

 

Sobrenome política

 

Fred foi um menino criado em um ambiente familiar onde é difícil saber onde começa a vida pública e termina a vida privada.

– Vivemos política 24 horas na minha família. O pai sempre foi povão, e sempre o acompanhei nas visitas às comunidades e nos eventos sociais e institucionais – explica Fred.

Quando ele nasceu, em 94, o pai já era vereador há dois anos, e ficou por mais duas décadas na Câmara. Mesmo que por um curto período, assumiu como deputado estadual e esteve próximo de ser indicado suplente do depois eleito senador Lasier Martins. E é vice-prefeito de Gravataí desde 2011. Primeiro, foi escolhido pelos vereadores, na eleição indireta após a cassação da prefeita Rita Sanco (PT). Depois, em 2012, foi eleito vice de Marco Alba (PMDB), com 51.283 votos.

– Aos 15 anos, apareci no jornal abrindo a porta para o pai entrar no gabinete da Assembleia Legislativa. Em 2012, pude acompanhar a posse dele na Prefeitura, e ele a minha na Câmara – orgulha-se.

 

Brincando na Câmara

 

Só para se ter uma ideia do gosto pela convivência no ambiente da política, Fred conta que saía das aulas no Gensa e corria até a Câmara, que ficava em frente à praça do quiosque, no Centro, para acompanhar as sessões que começavam às 17h. E, principalmente, para brincar pelos gabinetes e bastidores do legislativo.

– Ainda hoje aqui na Câmara nova há cadeiras antigas em que eu brincava quando tinha 10 anos ou menos.

Além dos móveis e utensílios, há colegas vereadores de hoje que estavam lá naquela época e viram Fred crescer.

– Piá, gostava muito de conversar com o Nadir Rocha. Hoje divido o plenário com ele. 

Na vida política, conheceu a esposa, Letícia, com quem casou ano passado. Ela estava entre o grupo de aniversariantes que ele saudou em uma festa junina na escola Nossa Senhora das Graças.

 

A voz do pai

 

Fred toma o pai como um exemplo de atuação como vereador:

– Busco estar presente nas comunidades. O vereador tem que ouvir o eleitor para saber dos problemas nos bairros, desde um esgoto até uma lâmpada, por exemplo.

– Pouca gente vai à Câmara. Com meu pai aprendi que a gente tem que ir até o eleitor – diz.

No microfone, a cada vez que Fred ocupa a tribuna da Câmara, é possível perceber outra nítida semelhança entre Fred e o pai: a voz alta, a entonação e o jeito de gesticular ao discursar.

– Gosto de debater ideias, não acusações pessoais. Quem é feio, quem é bonito, não é comigo – diz.

 

: Fred gosta de estar nas comunidades e faz um mandato popular ao estilo do pai

 

Pluma alta

 

Nos debates mais acalorados a crítica aos governos petistas quase sempre serviu de combustível para Fred que, em março deste ano, ao lado do pai, trocou o DEM pelo PSDB.

– Em março conversei com o senador Aécio Neves, em Brasília. Estava descontente com o DEM e minha postura ideológica levou ao PSDB, que é o partido que melhor representa a oposição ao PT.

– Vamos crescer muito em Gravataí, como estamos crescendo no Rio Grande do Sul, com prefeituras em Viamão, Pelotas…

Dentro da estratégia de crescimento e de manutenção da força dos Pinho no governo, o nome de um novo tucano, já de alta plumagem, será apresentado à base de governo candidato a vice de Marco Alba na campanha pela reeleição: o vereador Beto Pereira, que trocou o PP pelo PSDB.

– Não vamos impor nada, mas vamos reivindicar – diz Fred, cujo pai não pode mais concorrer a vice, por estar no segundo mandato.

Já Fred resta feliz ao enxergar reconhecimento no seu mandato:

– Antes eu chegava num lugar e era “ó, o filho do Pinho”. Hoje já sou o Fred, e sinto ter conquistado o respeito das pessoas.

 

: Os Pinho criaram o PSDB em Gravataí e já tem o reforço do vereador Beto Pereira (de vermelho, ao fundo)

 

Um pouco da história – e das histórias – do Fred:

 

Frederico Meregalli Pinho nasceu em 1º de agosto de 1994, filho de Francisco e Alvarina e irmão de Adriano, Alexandro, Alessandro, Gabriel e Francisco.

A infância do coloradinho foi de muito futebol e brincadeiras de carrinho pelo bairro Conceição.

– Muitos da minha geração passavam o dia jogando videogame, mas eu gostava era de brincar na rua com os amigos – conta.

Aluno do Santo Antônio de Pádua e depois do Gensa, ainda menino começou a ajudar a mãe no balcão da ferragem da família.

– No início só servia para chamar a mãe quando chegava cliente, mas depois sabia onde ficavam as coisas e aprendi a fazer contas.

Aos 17 anos, começou a trabalhar na fruteira dos vizinhos Edson e Cida, mineiros de Teófilo Otoni.

– Aí tinha horário. Estudava de manhã e das 13h às 20h atendia no caixa, varria o chão, arrumava as frutas, colocava o pão para assar…

 

: O pequeno Fred é apresentado pelo pai para o então governador Antônio Britto

 

De ônibus

 

A experiência no comércio durou até ser aprovado no vestibular da Facensa para Ciências Contábeis e começar a campanha para vereador, em 2012.

– Não tinha nem carteira de motorista ainda. E como o pai era candidato a vice de uma coligação com 200 candidatos a vereador, não podia fazer campanha comigo toda hora. Então alguém me dava uma carona nas visitas.

– Minha rotina era de manhã botar placas de propaganda nas casas, de tarde fazer visitas e depois pegar um ônibus e ir para a faculdade de noite – recorda.

 

: A pouca idade de Fred ao ser eleito foi gancho para uma série de entrevistas após as eleições

 

OS PRINCIPAIS PROJETOS APRESENTADOS PELO FRED:

“Sou católico praticante, estava na igreja e alcancei um folheto da missa para um senhor, de mais ou menos uns 80 anos. Ele agradeceu e disse que não sabia ler. Isso aconteceu dois anos antes de eu sonhar em concorrer. Mas ali eu botei na cabeça que queria fazer algo pela educação. Então, um projeto que apresentei, e é simbólico para mim, testa a educação municipal com uma prova, que não avalia o aluno, mas as realidades regionais para aperfeiçoar o sistema. Criei também o prêmio Wilma Camargo para destacar professores e fiz homenagens levando várias escolas até a Câmara, como forma de valorização de toda comunidade escolar. Também criei a Semana do Não à Drogadição e a Corrida pela Vida, sempre com um tema diferente na área da saúde”.

 

UM ARREPENDIMENTO NA VIDA PÚBLICA:

“Nenhum. Estou fazendo o que me propus a fazer, que é trabalhar muito”.

 

O FRED PELO FRED, EM UMA PALAVRA:

“Honesto”.

 

OS PLANOS DO FRED:

“A reeleição e me formar no ano que vem”.

 

O QUE DIZ PARA O ELEITOR QUE NÃO ACREDITA MAIS NOS POLÍTICOS:

“Que acompanhe a política e diferencie os bons dos maus políticos”.

 

UM POLÍTICO ADMIRADO PELO FRED:

“Meu pai, Francisco Pinho”.

 

O(A) CANDIDATO(A) A PREFEITO(A) DO FRED:

“Marco Alba”.

 

O SELFIE DA CAPA

Na série de perfis com os 21 vereadores eleitos, para a chamada de capa o SEGUINTE: pediu que cada um fizesse um selfie, em um lugar que considera simbólico da cidade. FRED PINHO fez o seu na rua onde cresceu, a Vânius Abílio dos Santos, no bairro Santa Cruz.

 

 

 

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