coluna do silvestre

O carro dos Fittipaldi montado em Cachoeirinha

Ademar Moro, que chegou a participar de provas de kart, passou a produzir seus modelos de competição e fundou a Metal Moro, empresa que hoje está em quase todas as pistas do Brasil.

Que o giro alto e o ronco do motor desafiando curvas em pistas pelo Brasil e exterior está no sangue da família Moro, não há dúvidas. O pai, Ademar Moro, fundou em 1979 o que viria a ser a Metal Moro, ao produzir os primeiros chassis para karts de competição, uma modalidade esportiva muito comum no país.

Seus passos foram seguidos pelo filho Juliano Moro, piloto e hoje empresário dono da JLM Racing, fundada em 2011 e que funciona em um prédio nos fundos da sede da Metal Moro. E a filha, Francelis, a Fran, diretora comercial da empresa do pai. A empresa da família emprega em torno de 15 pessoas e funciona no Distrito Industrial de Cachoeirinha.

Ademar Moro é uma pessoa simples, daquelas que bota a mão na massa, literalmente. Ele conversou nesta quarta-feira (17/7) com a reportagem do Seguinte: e com entusiasmo mostrou, por exemplo, o modelo F2 da escuderia Copersucar dos irmãos Emerson e Wilson Fittipaldi, a primeira e única – até agora – equipe genuinamente brasileira a disputar provas de Fórmula 1.

O carro está totalmente descaracterizado. Está sendo quase que totalmente refeito na Metal Moro, sob a supervisão pessoal do dono da empresa. Muitas peças tiveram que ser substituídas e outras recuperadas para recompor o carro que Ademar quer mandar de volta ao amigo pessoal Wilson Fittipaldi em cerca de duas semanas.

Mostrou também um carro que está produzindo para uso pessoal. O chassi é todo made in Metal Moro, assim com as peças que servem de base para a suspensão e eixos e sustentação do motor (um Mercedes S 500) com cavalaria pesada – 480 cavalos – capaz de andar a mais de 250 quilômetros por hora. A lataria é de um Jaguar, bem no estilo “hot rod” dos carrões gigantes e possantes, muito comuns entre os norte americanos.

— Eu sempre quis ter um carro destes. Pensei em Ferrari, Lamborghini, mas optei por este com lataria da Jaguar que estava deixada de lado e agora vai ser aproveitada. É um carro urbano, para duas pessoas, e vai ficar muito bonito — garante.

 

Sem robôs

 

A história da Metal Moro se confunde com uma sequência de pioneirismo e vitórias nas pistas praticamente desde o nascimento da empresa. Os karts que serviram de inspiração para muitos pilotos profissionais e das mais diversas categorias do automobilismo mundial, derivaram para a produção de protótipos e de carros para campeonatos de marcas.

O kart segue sendo o “carro chefe” da empresa, cujo faturamento anual a diretora Fran se nega a revelar. Diz apenas – e modestamente! – que é o suficiente para cobrir os custos em um mercado que depende muito da oscilação da economia. Em tempos de vacas gordas, a Moro chega a produzir cerca de 100 karts, em média, por mês, que entrega para os donos de pistas cobertas.

O processo industrial em boa parte é artesanal na hora da montagem final. Os robôs ainda não chegaram aos terminais de solda da Metal Moro. O chassi do kart é fabricado conforme a vontade do cliente e a tubulação de aço, de carbono e outros componentes com ligas leves são recebidos de terceiros. Estes também fornecem peças essenciais, ou fazem a colocação, como o motor dos veículos.

 

Filho de peixe

 

O filho de Ademar, Juliano, de 41 anos, iniciou sua carreira como piloto no kart. Foi campeão brasileiro, três vezes campeão gaúcho e ainda guardou em casa troféus de campeão brasileiro e sul-americano. Rodou ainda como piloto de carros da Fórmula 3 alemã e sul-americana, Palmer Audi na Inglaterra, Fórmula 3000 Européia, Stock Car Brasil, Brasileiro de Marcas e várias outras

Em 2011 fundou e dirige até hoje a equipe JLM Racing, seis vezes a melhor equipe do Brasileiro de Marcas em oito anos de categoria, sendo os seus pilotos cinco vezes campeões. A equipe de Juliano também ergueu o principal troféu do ano de estréia (2018) na categoria P1 do Brasileiro de Endurance. Foi com o protótipo AJR, o carro mais rápido do Brasil. Um projeto dele, Juliano, executado na Metal Moro.

 

OS KARTS

 

1

A Metalmoro produz chassis de kart desde 1979 e já nas primeiras competições passou a acumular títulos nacionais e sul-americanos. Em 1988 a empresa criou o primeiro modelo de competição específico para crianças, homologando uma nova categoria nacional, a cadete, que segue até hoje como base para a formação dos novos pilotos no país.

 

2

As competições de kart serviram de laboratório para desenvolvimento da dinâmica e componentes, e neste ambiente competitivo a Metalmoro desenvolveu soluções que hoje são aplicadas aos seus modelos Indoor, linha voltada ao lazer e competições em pistas com ambientes fechados. Além de ser a escolha da grande maioria dos empresários que têm pistas de aluguel no Brasil, por causa de sua durabilidade, os chassis da Metalmoro são es colhidos como modelo oficial do Mundial de Kart, quando a competição é realizada no Brasil.

 

3

Em 2016 a Metalmoro, já líder do mercado de karts indoor no Brasil, apresentou como novidade ao mercado o kart carenado, com design exclusivo desenvolvido pela empresa para os chassis indoor adulto. É a opção de dar ao kart um visual mais agressivo e atraente, além de oferecer ganhos em segurança com a proteção das rodas e motor.

 

Assista no vídeo abaixo (clique na imagem) a reportagem do Seguinte: sobre a Metal Moro, empresa que põe Cachoeirinha no cenário nacional – e internacional! – das provas de velocidade.

 

Protótipos

 

O primeiro foi o MCR.

E em seguida veio o MRX.

Este, o MRX, sucessor do primeiro modelo de competição desenvolvido, fabricado e vendido pela Metal Moro, foi um dos carros de competição mais bem sucedidos da história nas pistas do Brasil. Assumiu o legado dos muito bem sucedidos MCR e foi responsável por dar fama à empresa dentro das pistas de corrida. O MRX inaugurou um projeto totalmente novo, com avanços em todas as áreas do carro, o que resultou em recordes e vitórias em praticamente todas as pistas pelas quais passou.

Depois…

Na sequência foi fabricado o MR18, o carro de competição mais avançado já feito pela Metal Moro, um dos mais tecnológicos na história do Brasil. Na esteira da tradição da empresa de inovar e criar novos padrões para o automobilismo Brasileiro, o MR18 é um projeto totalmente novo de tudo que até então havia sido feito pela empresa.

— Foi empregada toda a experiência e conhecimento adquiridos a partir de soluções vencedoras de nossos outros carros até aqui.

Extremamente versátil, o MR18 utiliza rodas de 18 polegadas que possibilitam o uso de pneus mais duráveis e de fácil acesso, por serem os mesmos utilizados nas categorias mais populares, atualmente, no Brasil. Além disso, o chassi fechado e construído em tubos de cromo molibidênio oferece mais segurança ao piloto, em sintonia com uma tendência global de carros de corrida fechados.

Desde 2015, a partir de uma parceria da Metal Moro e Xtrac, maior e uma das melhores marcas de câmbio de competição do mundo, o MR18 utiliza o mesmo câmbio da categoria LMP3 de protótipos para competições de endurance mundias. O carro aceita diversas opções de motorização e de algumas outras ofertas de câmbio, possibilitando a construção de modelos diferentes.

 

Dentro da empresa

 

O que Ademar possui dentro da sua Metal Moro, hoje, além dos karts que estavam em produção? São modelos em restauração para serem comercializados por um empresário paulista.

Confira!

 

: Duas estruturas de réplicas de carros de corridas – as famosas baratinhas – com as quais o argentino Juan Manuel Fangio sagrou-se cinco vezes campeão mundial de Fórmula 1. Entre eles um carro modelo Mercedes Benz.

 

: Um modelo dA McLaren utilizadA pelo piloto Ayrton Senna, que morreu em um acidente em Ímola, na Itália, em 1º de maio de 1994. A ideia é tornar a estrutura uma réplica perfeita, inclusive com motorização, para ser utilizado em demonstrações.

 

: Um Porsche 917 utilizado nas provas de endurance entre 1969 e 1971, modelo que venceu por dois anos consecutivos a famosa prova 24 Horas de Le Mans, em 1970 e 1971, inclusive estabelecendo um recorde da pista que se mantém até hoje.

 

ALGUMAS FOTOS

 

: Versão do MR18, segundo protótipo produzido pela Metal Moro

 

: Chevrolet Cruze, preparado pela Metal Moro para o Brasileiro de Marcas

 

: O Copersucar F2 dos irmãos Fittipaldi está sendo restaurado em Cachoeirinha

 

: Fran Moro, diretora comercial, com chassis de karts da Metal Moro

 

: Fundador e diretor, Ademar Moro, com a mão na massa

 

 

 

 

 

 

 

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