Ontem, em A lacração sobre o eucalipto e o custo do ’banheiro do Parcão’ de Gravataí; o cão e o motoqueiro, quando cobrei dos políticos, e principalmente dos vereadores, a ausência do debate sobre grandes temas de Gravataí, não quis dizer que ninguém os proponha. Fato é que pouco se forma para além da superficialidade do caça-cliques e de comportamentos oportunistas ou medrosos frente aos humores do Grande Tribunal das Redes Sociais.
– Discordo da generalização. E a imprensa tem culpa. Fizeram vistas grossas ao pouco de bom que se produziu de debate. Agora… é isso e vai piorar – criticou, por WhatsApp, Dilamar Soares (PDT), realmente um Dom Quixote de la Aldeia ao tentar levar para o moinho de vento do legislativo pautas que duram mais que um meme.
Associo-me ao vereador na advertência que fez em um de seus vídeos mais recentes, e que você assiste CLICANDO AQUI: a ‘GMdependência’, o que alerto em uma série de artigos nos últimos dois anos desde que surgiram as especulações de que a General Motors poderia deixar a América Latina – e, consequentemente, um pinote de Gravataí.
Sim, quase metade da arrecadação municipal (o orçamento está próximo de R$ 1 bi, sem contar os R$ 3 bilhões produzidos e a empregabilidade que influenciam no PIB, o dinheiro que circula na economia local), advém da arrecadação referente aos impostos gerados pela venda dos carros fabricados no complexo automotivo do Parque dos Anjos. Como Dila lembra no vídeo, o retorno chega sempre dois anos depois. Ou seja, Gravataí precisa ter anticorpos em 2022 para suportar o contágio econômico da pandemia em 2020.
Somado ao fato de a GM restar aos menos 8 meses em layoff, com a produção parada em Gravataí entre abril e novembro, trago um dado preocupante, revelado sexta pela Anfavea, a entidade que representa as montadoras instaladas no Brasil: de janeiro a agosto, os brasileiros compraram 1,17 milhão de veículos novos, o que representa uma queda de 45% em relação aos oito primeiros meses de 2019. Caiu quase que pela metade!
– É o grande desafio para o próximo governo e para a próxima legislatura – constata Dila.
Ao fim, concordo, tão sincero quanto o medo de que a quarta economia gaúcha, no caso da GM optar por ficar nos EUA e se mudar da América Latina para a ‘Eurásia’, se transforme em um favelão.