Se lançar no Google, o 3 de fevereiro não registra grandes coisas na história mundial. Para quem considera Gravataí a ‘Capital do Mundo’, talvez seja uma efeméride a se marcar no calendário de 2020: Luiz Ariano Zaffalon aparece na edição de número 1188 do Diário Oficial, nomeado pelo decreto 17705 assinado pelo prefeito, como novo secretário de Governança e Comunicação.
Nos artigos Marco Alba curte Zaffalon; a preferência no domingo do palíndromo, A chapa dos sonhos de Marco Alba; de ’Grande Arquiteto’ a ’Grande Eleitor’ e Gravataí na mesa com pesos-pesados da política; Jonas e a Baleia, já tratei da suposta preferência de Marco Alba por Zaffa como seu candidato à sucessão nas eleições deste ano para a Prefeitura – e com Dr. Levi (Republicanos) como vice.
A ‘promoção’ de Zaffalon da presidência da Fundação Municipal de Meio Ambiente (Rafael Evaldt assume a FMMA) para uma secretaria que é o centro do governo e faz a relação com a comunidade é mais que um indício, é uma evidência de que o candidato-a-candidato vai estrelar ao lado de Marco Alba nas inaugurações diárias de obras e sentir a popularidade do prefeito e do governo para ser confirmado o sucessor.
Já expliquei nos artigos anteriores.
Zaffa é um antigo preferido. É um amigo fiel por mais de três décadas e braço direito de Marco no partido; no secretariado do governo Yeda Crusius; na presidência da Corsan; no governo interino de Nadir Rocha quando tinha ‘caneta com tinta de prefeito’; no governo tampão de Acimar da Silva e sempre um ‘gerentão’ ou colaborador de bastidores nos governos do atual prefeito, como tratei em artigos como Zaffalon volta ao governo de Gravataí; é nome para prefeito em 2020.
Pela longevidade no MDB, Zaffalon inibe a obsessão de Jones Martins por propor uma prévia caso Dr. Levi fosse filiado ao partido, como tratei em Voto secreto deve incendiar ’prévias’ no MDB de Gravataí; o prazo do Dr. Levi. O outsider, que nunca disputou uma eleição, já foi presidente da sigla e aparececia como um tertius, o que também já tratei em Cenários malucos que mudariam eleição em Gravataí; tertius gaudens.
Zaffa é um outsider: apesar de ter ocupado altos cargos públicos, nunca concorreu, o que muitos avaliam como uma vantagem em tempos em que o mau humor do eleitor permite aos políticos nada além da presunção de culpa.
– Nesse momento, há três características que se destacam e se mostram como basilares para alguém que quer ser prefeito de uma cidade, que são: capacidade de gestão, honestidade e atitude – escreveu em artigo a cientista política Elis Radmann, fundadora do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião, há 23 anos na análise e marquetagem política e responsável nos últimos sete anos por levantamentos de acertos, erros e popularidade do governo de Gravataí.
Cabe em Zaffalon a tríade receitada por Elis, uma das – poucas – pessoas que Marco Alba consulta, como tratei em O próximo prefeito de Gravataí por quem Marco Alba ouve.
Em resumo: Zaffa é aquele que melhor representa a continuidade do governo de Marco Alba e do ‘jeito Marco Alba de ser’. Não é torcida ou secação, é um fato para quem conhece o prefeito, ou reconhece suas ações e intenções.
Eleitoralmente, o sociólogo é um ‘poste’, na linguagem da política – isso é incontestável, já que nunca concorreu a nada, ou talvez apenas ao clube de motociclistas do qual faz parte (o que, nos dias de hoje, em que o mau humor do eleitor não permite aos políticos nada além da presunção de culpa, não ser da ‘turma do fundão’, possivelmente é uma vantagem, vide tantos ‘outsiders’ eleitos Brasil afora em 2018).
Mas intelectualmente, não é poste, já que talvez seja aquele que, entre todos do partido do governo e de sua base, tenha o maior número de informações não só para defender o legado de Marco Alba, mas também para, com legitimidade, dizer o que faltou ser feito, o porquê não o foi, e como é possível fazer.
Ao fim, Zaffa até pode estar participando de um jogo de preservação do Dr. Levi, para o médico melhor colocado nas pesquisas ser o candidato do governo. Mas isso só demonstraria como joga junto com Marco Alba. Que, desafio alguém dizer o contrário, numa campanha com Luiz Ariano Zaffalon como seu candidato a prefeito dormiria, por gosto, ainda menos que as quatro horas diárias que anda encostando a cabeça no travesseiro.