RAFAEL MARTINELLI

O empoderamento de De Leon, candidato a prefeito de Gravataí; O copo Stanley e o alambrado das próximas eleições

Thiago De Leon resta empoderado no PDT.

O presidente do partido em Gravataí foi conduzido à executiva estadual, onde ocupará até 2027 a Secretaria de Comunicação. José Amaro Hilgert, gravataiense histórico na sigla, também compõe o diretório estadual.

A participação no seleto grupo que define os rumos do partido no Rio Grande do Sul afasta rumores de que poderia perder o comando da sigla até as eleições de 2024; leia em Pompeo de Mattos convida prefeito Zaffa para filiar ao PDT; A III Guerra Política de Gravataí, o Zeitgeist, o De Leon e o lenço vermelho e PDT de Gravataí desautoriza convite para filiar Zaffa, mas De Leon admite falar ‘com todos’ e sinaliza para Marco Alba; O ‘Norte via Sul’ na III Guerra Política de Gravataí e os grouchomarxistas.

– O PDT terá candidatura própria à Prefeitura – confirmou ao Seguinte: o vereador, atualmente o único com votos no partido para ser o candidato a prefeito, e que aguarda resposta de Alberto Rebelato, conceituado médico (tanto no particular como no SUS) que convidou para ser vice; leia em Thiago De Leon convida médico Rebelato para vice; Chapa ‘MarxDonalds’ é primeiro movimento do vereador como prefeiturável em Gravataí.

Hoje, De Leon tem proximidade com o vereador Paulo Silveira (PSB). Na Câmara, representam o ‘policial malvado’ – Paulo – e o ‘policial bonzinho’. O socialista faz a oposição mais forte ao governo Luiz Zaffalon (PSDB). Em clara estratégia de preservação, o pedetista só vai na boa.

Apesar da certeza de que os vereadores Dilamar Sores e Bino Lunardi – eleitos em 2020 mas integrantes da ‘Situação A’ da base do governo Zaffa – sairão do partido em março, na janela que permite troca de sigla sem risco de perda do mandato, assim como o fizeram todos os suplentes, De Leon garante que o partido terá nominata completa “e forte” de candidaturas à Câmara de Vereadores.

Nas redes sociais, seu chão político, abriu seleção – menos elitista, verdade, mas que lembra iniciativa do antagônico ideologicamente Partido Novo – para quem quiser concorrer, conforme post que você acessa clicando aqui.

Reputo De Leon é o único no PDT com capital político para ser candidato à Prefeitura e, por consequência, salvar o partido da extinção em Gravataí, por motivos que já analisei no pós-eleição de 2022, em #DasUrnas | Thiago De Leon foi a grande surpresa da eleição em Gravataí; E em um partido em extinção.

O vereador, eleito para o primeiro mandato em 2020 com 1.603 votos, recebeu na aldeia 12.365 (9,26%) dos 16.733 votos que fez no Rio Grande do Sul para deputado estadual.

É o sociólogo e professor que doa metade do salário de vereador para escolas públicas estaduais e prometia fazer o mesmo caso eleito para Assembleia Legislativa. Já critiquei a proposta em Vereador de Gravataí doar salário é bom para escolas e ruim para política, por achar elitista, e só permitida a alguém como ele, que mora na nobre Paragem Verdes Campos.

Inegável é que deu certo. Prometia doar meio milhão em quatro anos. Apresentou uma campanha moderna nas redes sociais e só não foi eleito por cerca de 8 mil votos; pouco frente ao eleitorado gaúcho.

“Votação magnífica”, escrevi, no artigo de outubro do ano passado. E expliquei: “Em Gravataí, não recebeu apoio daquela que, teoricamente, era a maior força do partido, Anabel Lorenzi, que recebeu 13.181 votos como candidata a prefeita em 2020. Os outros dois vereadores também não o apoiaram. Dila apoiou Deise Maranata, esposa do prefeito de Guaíba Marcelo Maranata, casal bolsonarista e evangélico. Bino apoiou os emedebistas Patrícia e Marco Alba”.

Em resumo: os votos são dele. 12.365 em Gravataí.

Conclui assim o artigo: “De Leon é a grande surpresa da eleição. Muitos vão bater na sua porta de olho na disputa pela Prefeitura em 2024. Por ele, porque o PDT já era”.

Ao fim, até as urnas mostrarem o contrário, segue valendo. O vereador resta empoderado para concorrer a prefeito, mas o PDT experimenta a De Leon-dependência – mesmo, talvez pela falta de convivência, o jovem de 28 anos fale pouco sobre Brizola.

É um dilema: se arriscar seu principal nome em uma candidatura majoritária, o PDT pode sair das urnas sem a Prefeitura e sem eleitos para a Câmara de Vereadores.

Olhando o Copo Stanley meio cheio, concorrer a prefeito popularizaria o nome de De Leon para, citando Brizola, “arrebentar o alambrado” na eleição para deputado em 2026.

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