RAFAEL MARTINELLI

O grande negócio de Zaffa ao ‘comprar a Ulbra’ para transferir a Prefeitura de Gravataí

É um baita lance do prefeito Luiz Zaffalon (MDB) o acordo de desapropriação de área da Ulbra que vai permitir a instalação da Prefeitura no campus da avenida Itacolomi, no bairro São Vicente, além de manter as operações de ensino da universidade que resta em Plano de Recuperação Judicial (PRJ); com patrimônio de cerca de R$ 3 bilhões, a dívida total da Ulbra é de cerca de R$ 6 bi, sendo R$ 4 bi em impostos em renegociação com o governo federal.

O investimento da Prefeitura será de R$ 21,7 milhões. É menos da metade do que custaria a construção de um Centro Administrativo.

A oficialização aconteceu nesta sexta-feira, em encontro entre o prefeito Luiz Zaffalon e o diretor do campus, Daniel Brum. O decreto que regulamenta o acordo entre a Prefeitura e a Aelbra (mantenedora da Ulbra) foi publicado em edição extra do Diário Oficial.

O cálculo do secretário da Fazenda Davi Severgnini é de que a economia com o fim dos aluguéis pagos hoje, em prédios como o Centro Administrativo do Parque dos Anjos, conhecido por ‘Carandiru’, será de pelo menos R$ 2 milhões por ano.

O espaço no campus tem 42,8 mil metros quadrados, com 14,2 mil metros quadrados de área construída.

O Seguinte: revelou com exclusividade o interesse da Prefeitura nos negócios da Ulbra em janeiro do ano passado, em Zaffa está preocupado com venda de campus da Ulbra Gravataí; O bilionário leilão suspenso, os ’milhões’ da Prefeitura e os extraterrestres.

– Estou de olhos abertos. Quero participar desse negócio. Não gostaria de ter um novo esqueleto em Gravataí, como temos ao lado do Shopping. A universidade é nosso patrimônio – disse Zaffa, à época.

A projeção é de começar a transferir o gabinete do prefeito e as primeiras estruturas das secretarias a partir de abril. Simultaneamente, um espaço será cedido à Ulbra para que mantenha as atividades ao longo deste ano.

– Essa iniciativa faz parte de um planejamento a longo prazo, que reforça a vocação de Gravataí como um polo estadual de desenvolvimento e de inovação. É um acordo que permite manter as atividades de Ensino Superior aqui, com possibilidade de ampliação e melhor aproveitamento da estrutura, seja pelos alunos, seja pelo cidadão – aponta Zaffa.

Além do espaço do centro administrativo, a Prefeitura destinará parte do local para escolas e centros culturais, além de espaços para grandes feiras e eventos para o município.

O diretor Daniel Brum destacou que o projeto iniciado em Gravataí poderá ser replicado nas outras unidades da Ulbra.

– O plano de reorganização operacional tem por objetivo acabar com a subutilização de espaços e proporcionar ambientes mais eficientes, sustentáveis, modernos, viáveis economicamente e com melhor acessibilidade para a comunidade escolar.

De acordo com Brum, “essa adequação dos espaços físicos deve gerar economia e ampliar a capacidade de investimentos em melhorias do ensino ofertado pela Ulbra, sem prejuízo ao calendário acadêmico, que segue normal”.

A construção da alternativa teve início quando o prefeito buscou informações com a direção da universidade sobre a reorganização operacional que está em curso pela Ulbra.

O objetivo era colaborar para garantir a continuidade das atividades para os alunos em Gravataí e, por outro lado, encontrar uma nova estrutura para centralizar e qualificar os serviços prestados pela Prefeitura aos cidadãos em uma só área, com economia, praticidade e de forma planejada.

– Gravataí é um município que investe e se desenvolve e, por isso, a manutenção e a qualificação do ensino superior é importante para a economia, para a formação de mão de obra especializada e dentro do nosso propósito de gerar emprego e atrair investimentos. E a Prefeitura será sempre parceira nas ações que possam contribuir para seguir tornando a cidade referência em inovação e competitividade – concluiu Zaffa.

Ao fim, é um baita negócio, tanto financeiro para a Prefeitura, quanto para melhorar os ambientes para o funcionalismo atender a população e, principalmente, para manter a universidade funcionando em Gravataí.

Poucos lembram, mas não é a primeira ‘ajuda’ que a Prefeitura dá para Ulbra.

A Lei Municipal 799, promulgada em 30 de dezembro de 1992 pelo prefeito José Mota (em memória) após aprovação da Câmara de Vereadores, autorizou a Prefeitura a garantir “… Auxílio a Universidade Luterana do Brasil no valor de Cr$ 210.000.000,00 (duzentos e dez milhões de cruzeiros) para aquisição da área para construção da escola…”.

Corrigindo para dinheiro de hoje, cerca de R$ 8 milhões.

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