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O gravataiense que ganha com Leite à presidência pelo PSD; O insípido, inodoro e incolor ’virou o jogo’

Dimas Costa no ato de filiação de Agostinho Meirelles ao seu PSD | Foto LUIS FELIPE TEIXEIRA

Às 8h37 do dia 15 tuitei: “Printe & arquive na nuvem: a RBS e a Globo ainda não vão confirmar, porque faz parte da estratégia, mas @EduardoLeite_ anuncia depois do Carnaval que será candidato à Presidência da República pelo PSD, de @gilbertokassab”.

A filiação de Agostinho Meirelles, secretário estadual de Apoio à Gestão Administrativa e Política, coordenador da campanha da eleição em 2018 e entusiasta da disputa do governador nas prévias presidenciais do PSDB, só confirma o que publiquei com exclusividade.

São os fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos: é o 'braço direito' de Leite.

Reputo um político da aldeia, que está dentro dos salões de decisão, é quem mais ganha politicamente em Gravataí: Dimas Costa, ex-vereador que ficou em segundo lugar na disputa pela Prefeitura em 2020 com 35 mil votos, e é vice-presidente estadual do PSD.

– Leite é o mais preparado para romper a polarização entre Lula e Bolsonaro – discursou ontem, no ato em Canoas, no qual foi apresentado pelo protagonista, Agostinho, como “futuro deputado estadual e depois prefeito de Gravataí”.

O gravataiense – que é assessor e hoje o principal articulador político de Danrlei de Deus, deputado federal, atualmente secretário de Esporte e apoiador de Leite desde o primeiro turno, quando o colega de PSD José Cairoli era vice de José Ivo Sartori (MDB) – também estava no almoço em que o presidente nacional Gilberto Kassab teve com o governador em Porto Alegre; e deflagrou a aproximação.

Ao Seguinte:, Dimas disse hoje que prefere não falar em on sobre a filiação de Leite, que já teria data marcada: 16 de março, no primeiro Tá na Mesa, evento da Federasul que recebe o PIB econômico e político gaúcho e sempre abre os almoços do ano com o governador de turno.

– Certeza é que nosso partido tem um projeto nacional – despista o político que, antes e depois da campanha eleitoral, foi alvo de adversários no Grande Tribunal das Redes Sociais com a postagem de fotos junto à Lula, da época de PT, e também com Leite, quando Gravataí perdeu o investimento milionário do Mercado Livre.

Jairo Jorge (PSD), prefeito de Canoas, ao lado do gravataiense, após os presentes encerrarem o ato de filiação gritando “Brasil, pra frente, Eduardo presidente”, foi além do off.

– Não escondemos de ninguém, queremos que Eduardo Leite seja o nosso candidato à presidência da República.

Fato é que, caso seja confirmada a entrada de Leite no PSD para disputar o Palácio do Planalto, mexe com a política de Gravataí.

Reforça a figura de Dimas como principal adversário do MDB do prefeito Luiz Zaffalon, que tem como ‘Grande Eleitor’ Marco Alba, ex-prefeito apontado inclusive pela mídia estadual como ‘anti-Leite’.

E, como se trata de um partido de centro, e não de esquerda, pode atrair o grupo ‘anti-Marco’ do MDB, formado pelo ex-deputado federal Jones Martins, o vereador Clebes Mendes e o ex-vereador Paulinho da Farmácia.

Pelos mesmos motivos, pode afastar o PT de Daniel Bordignon de uma aliança na disputa pela Prefeitura em 2024, possibilidade sempre alimentada pelo ‘vereador do Lula’, Cláudio Ávila, que não esteve presente ao evento, diferentemente dos também vereadores de Gravataí Anna Beatriz da Silva, esposa de Dimas, e Bombeiro Batista.

Isso se o PSD não estiver com Lula num segundo turno contra Bolsonaro; e num futuro governo.

Tuitei terça-feira: “Com crescimento de Bolsonaro, Eduardo Leite candidato é a melhor notícia para Lula. Esse Kassab sabe…”.

Para completar a loucura que pode se tornar a política de Gravataí nas próximas eleições, dos Grandes Lances dos Piores Momentos seria a senadora Simone Tebet, lançada à presidência da República pelo MDB por Patrícia Alba, deputada estadual e ex-primeira-dama de Gravataí, ser candidata a vice de Leite.

 

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Ao fim, sempre descrevi o PSD, que Dimas comanda como um Kim Jong-un, como “insípido, inodoro e incolor”, pela ideologia ‘MarxDonalds’ e por feitos como Kassab apagar a luz à noite com Dilma e acender pela manhã com Temer após o golpeachment.

Inegável é que, se confirmar a filiação e a candidatura de Leite à presidência da República, o partido começa a ganhar gosto, cheiro e cor; e para usar o slogan do governador, pode ‘virar o jogo’.

Se Leite não for o tsunami nacional da terceira via, ao menos faz onda no Rio Grande do Sul.

 

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