SEGURANÇA

O Infiltrado: Ex-estagiário do Foro de Gravataí é pivô de operação que desbarata esquema milionário de lavagem e vazamento de dados

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou nesta quarta-feira (18) a Operação “O Infiltrado”, desmontando uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional, com um ex-estagiário do Poder Judiciário do Foro de Gravataí no centro do esquema. Cerca de 200 policiais cumpriram 47 mandados de busca e apreensão em nove cidades da região metropolitana de Porto Alegre (Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Porto Alegre, Rio Pardo, São Leopoldo e Viamão), resultando em uma prisão e apreensão de celulares.

As investigações, conduzidas pela Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD/Dercap), apontam movimentações suspeitas superiores a R$ 7 milhões pelos investigados.

O ex-estagiário de Gravataí, já afastado do Judiciário e alvo de investigações anteriores, é apontado como operador crucial da organização. Segundo as apurações, ele utilizou seu acesso privilegiado às estruturas do Foro para vender informações sigilosas sobre investigações em curso e permitir o acesso a dados protegidos a integrantes do crime organizado atuante na região metropolitana. Paralelamente ao lucro com o vazamento de dados, o ex-estagiário atuava ativamente na lavagem de dinheiro proveniente de atividades ilícitas do grupo, como tráfico de drogas e extorsões.


R$ 2 milhões em contas laranja

O delegado Guilherme Calderipe, titular da DRLD/Dercap, detalhou a atuação do ex-estagiário, que movimentou cerca de R$ 2 milhões entre 2022 e 2023, principalmente através de depósitos em espécie e utilizando contas bancárias de terceiros, incluindo familiares. “As análises bancárias e telemáticas revelaram um amplo sistema de lavagem de capitais, com utilização de duas empresas de fachada e ‘laranjas’ ligadas aos traficantes”, afirmou Calderipe. Ele ressaltou que o acesso privilegiado permitia que líderes do tráfico, mesmo presos, coordenassem estratégias de blindagem patrimonial e dissimulação de valores, dificultando a recuperação de ativos ilícitos pelas autoridades.

Cassiano Cabral, diretor do Dercap, enfatizou a dimensão financeira da operação, confirmando que a investigação identificou a movimentação suspeita de mais de R$ 7 milhões, valor presumivelmente oriundo do crime e dissimulado via empresas de fachada, contas de terceiros e depósitos fracionados em espécie.

Um dos principais coordenadores da organização, atualmente preso no Presídio de Charqueadas, mantinha o comando das operações criminosas através de intermediários. A operação analisou o sigilo bancário e fiscal de 42 pessoas físicas e duas pessoas jurídicas investigadas.

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