Levi Melo apareceu como a grande novidade das eleições de 2016. De baixa rejeição nas pesquisas, era aposta para catalisar votos dos eleitores cansados do GreNal da aldeia entre Daniel Bordignon (PDT) e Marco Alba (PMDB).
Escudado por uma nominata forte, de vereadores e candidatos vindos de diferentes forças políticas, a um ano da eleição foi lançado como a grande esperança do PSD gaúcho para conquistar a Prefeitura de Gravataí.
Urnas abertas, a quarta colocação parece ter feito a cúpula partidária perder o encanto com o médico.
Enquanto cuida da saúde após o acidente que sofreu, dentro do comitê, durante a campanha, Levi é cada menos visitado em sua casa na Paragem Verdes Campos.
Nem o telefone estaria tocando com tanta freqüência, principalmente depois de fechadas as contas de campanha.
Da eleição até hoje, teria sido promovida apenas uma grande reunião do partido, onde Levi foi ouvido por dirigentes, eleitos e não eleitos. Na ressaca da eleição, teria sido daqueles encontros de agradecimento, avaliações e projeções superficiais.
Em outro momento, mais reservado, Levi teria sido informado da aproximação com o PDT de Bordignon, apresentada como inevitável para a sobrevivência do partido.
Teria ouvido também sobre a esperança do presidente João Portela e do líder da bancada Dilamar Soares de que, em caso de nova eleição, que pode ser decidida esta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bordignon apóie uma candidatura do PSD.
Alienígena às conspirações políticas, sem a obsessão daqueles que desde a madrugada da eleição se telefonam e encontram-se nos mais inimagináveis lugares, Levi teria entendido ser ele o candidato natural.
Uma realidade que agora pode enfrentar o sonho de Dilamar ser candidato. Para além de rumores, na semana passada o próprio Dila comentou com o vereador Alex Peixe (PDT) que ‘aceitaria’ como vice a vereadora eleita e esposa de Bordignon, Rosane.
Ao que parece, há osso para todos no PSD, menos para Levi, que não tem garantida publicamente nem uma candidatura única a deputado, seja estadual ou federal, em 2018.
O que ele fará é uma incógnita.
Dirá amém, ou excomungará articulações que hoje o colocam em um papel secundário nas articulações políticas?
Talvez inspirada por esse notório isolamento, e prevendo o choque que uma traição pode provocar num ser apolítico como Levi, Anabel Lorenzi (PSB) já o tenha procurado. E, não é improvável, Marco Alba (PMDB) também o faça.
Afinal, a cada um dos 19.420 ‘confirma’ de 2 de outubro, era o 3×4 de Levi que aparecia nas urnas.
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