a estreia

O jornalista, o poeta e a palavra

 

O lutador

Lutar com palavras é a luta mais vã.

Entanto lutamos mal rompe a manhã.

São muitas, eu pouco.

Algumas são fortes como um javali.

Não me julgo louco.

(Carlos Drummond de Andrade, José, 1942)

 

A palavra é instrumento de trabalho para jornalistas e poetas. É, sem dúvida, uma luta árdua essa: a de arranjar, num concerto sem som, palavras que possam informar sobre o mundo ou criar um mundo com informação.

Jornalismo e literatura sempre relacionaram-se de forma muito próxima. Grandes escritores como Nelson Rodrigues, Machado de Assis, Eça de Queirós eram jornalistas. Podemos lembrar também que muitas obras literárias foram publicadas em folhetim, nos jornais do país, antes mesmo de serem publicadas em livro. Claro que nem sempre essa relação foi harmoniosa, e a História nos dá bons exemplos de contendas, sempre por meio das palavras, entre escritores e jornalistas. Mas este definitivamente não é o caso.

Surge, nesta semana, uma nova proposta de jornalismo para Gravataí, o Seguinte. E, com este espaço, pretendo dar minha contribuição para reforçar os laços que unem literatura e jornalismo, essas duas grandes arenas de luta com as palavras. Literatura será tônica desta coluna, sem que deixem de ser abordadas tantas outras temáticas que são caras aos leitores. Afinal, as palavras, sejam elas informativas ou tenham elas um tratamento estético e artístico, nada mais fazem do que apreender a matéria mais cara a todos nós: a vida. Sejam bem-vindos!

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