O post é de Miki Breier (PSB), em seu perfil pessoal de Facebook.
Abaixo, sigo.
Mesmo que em um processo ridículo de abuso de poder econômico e político – que reputo só aconteceu em consequência de ser alvo das operações Proximidade e Ousadia do Ministério Público sob suspeita de corrupção em contratos de limpeza urbana, ação penal na qual ainda é um Josef K., de O Processo, de Kakfa, que no caminho para a execução respondia “inocente de quê?” a quem perguntava se era culpado ou inocente – Miki resta cassado; recomendo a entrevista exclusiva ao Seguinte:, SEGUINTE TV: A primeira entrevista de Miki em vídeo após ser tirado da Prefeitura de Cachoeirinha; “Pensei em desistir de tudo, mas a vida é bela”.
Aguarda recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas após a cassação também do vice Maurício Medeiros (MDB), Cachoeirinha já teve eleição suplementar e o então prefeito interino, Cristian Wasem (MDB), foi eleito prefeito nas urnas.
Ainda que seja um professor que presta assessoria na Assembleia Legislativa, e não ocupe mandato, qualquer fala sua sempre instigará leituras políticas.
Estaria Miki enviando um recado ao atual prefeito, cujo governo não tem nenhuma relação?
Não fujo da resposta: parece-me que sim; assim como concordaram todos políticos com os quais conversei. Emula algo como uma modernização da máxima “é brincando que se dizem verdades”, um “é em memes que se mandam recados”.
Ao fim, convençam-me do contrário, enquanto lembro ‘Eleito (1990)’, de Millôr:
“Pouco a pouco, surge na linha do horizonte a luz triunfante do novo eleito. Cabeça de touro, corpo vegetal, pés de pato, ainda úmido do suor do parto, ele aspira crescer na selva selvágia. Mas sem mãe (gerado de si próprio), no planalto inóspito, quem o vai alimentar? Quem lhe oferecerá o seio, propriamente dito, pra sustento do corpo, ou simbólico, para a nutrição da alma? Se alguém o fizer, como confiar no alimento, que pode ser uma traição, estar envenenado pela rivalidade política, pela ânsia de outros egos que sabem bem que ele quer ocupar todo, todo, o espaço disponível? Onde, e com quem, aprender os primeiros passos de um balé à beira do abismo? Em que caverna habitar enquanto se ruminam sonhos e devaneios de poder e glória, realização e plenitude, e se espera, e se assume, e se administra o Cargo?”