Há milhares de anos se discute as diferenças entre homens e mulheres. Suas virtudes, características, trejeitos, sensibilidades. Sou obrigado a admitir que a diferença entre nós é oceanicamente extensa e intensa.
As mulheres têm uma sensibilidade mais aguçada, um olhar mais atencioso e por mais que queiram sempre falar, sabem ouvir muito melhor.
Elas não querem elogios para seus novos cabelos, suas unhas pintadas, apenas querem saber se os homens continuam tão burros a ponto de não notar isso.
As mulheres sabem quando mentimos. Se a mentira se estendeu, ou é porque elas querem nos testar, ou então pouco se importam com o que estamos fazendo.
Os homens gostam de contar piadas e beber. As mulheres filtram o que ouvem, o que bebem e o que riem. Bebem se for conveniente, caso contrário se mantêm sóbrias para não perder nada.
Inclusive o aspecto físico é antagônico.
Para se tornar uma linda mulher basta um kit barato de maquiagem (às vezes nem isso precisa) e, então, o brilho, inerente a cada uma, se encarrega de completar a obra.
Para ser um homem interessante, ou temos de estudar por anos e tentar passar um ar intelecto, ou temos que malhar horas para depois ter de passar o resto da vida cuidando para que aquele emaranhado de músculos não amasse nossa massa cefálica.
As revistas que estampam lindas mulheres nuas, vendem milhões de exemplares.
As revistas que estampam homens nus, vendem apenas milhares – e seu alvo é o público homossexual. Ou seja, ou somos muito tarados, ou as mulheres, de fato, entendem que são amazonicamente mais belas que nós.
Enquanto os homens olham o rosto, as mulheres reparam nos traços.
Enquanto os homens olham as flores, as mulheres reparam na expressão de quem as deu.
Os homens valorizam a casca, as mulheres o conteúdo.
Elas valorizam mais as relações, a ponto de se lembrar de conversas que, possivelmente, nem aconteceram. Ainda assim é melhor do que não lembrar nem mesmo do dia do primeiro beijo.
Se elas amam, esperam por dez anos. Mesmo sem estar junto.
Se nós amamos, quando chegar aos dez anos até podemos ter chance, mas teríamos, antes, que resolver as três pensões, das três mães diferentes, dos cinco filhos que tivemos.
Mulheres talvez tornem fúteis quando falam nos homens. Haveria assuntos bem mais interessantes para tratar.
Homens, invariavelmente, se tornam vulgares quando falam nas mulheres. Haveria formas bem mais elegantes de as elogiar.
A diferença entre homens e mulheres é absolutamente perceptível – para elas -, que têm esse nível de percepção. Nós, nos enclausuramos na insípida redoma de preconceitos e não conseguimos admitir o maior dos desequilíbrios naturais estabelecidos por este mundo terreno.
Então, talvez, para se desculpar dessa terrível falha, Deus nos presenteou com a divina graça de ser amado justamente pelo mais incrível dos seres, a mulher, lapidada com zelo e generosidade pelas Suas mãos. Enquanto elas, têm de se contentar em ser grotescamente cortejada por estes reles ogros, lapidados a facão, os homens.
