coluna do martinelli

O partido que abriu as portas para Anabel e Dilamar

PPS de Carazinho inaugura nova sede com Any, Anabel e Dilamar como convidados ilustres

É como um déjà-vu das vésperas das últimas eleições, só que o PPS é o PSD da hora – onde um Dr. Levi está chegando, mas é de outro gênero e, em vez do rosto pintado de verde amarelo, cita Frida Kahlo e atende por Anabel Lorenzi.

Na noite desta quarta, a ex-candidata a prefeita pelo PSB nas últimas três eleições pediu música no Fantástico em participações nas atividades recentes do PPS de Any Ortiz, deputada estadual e herdeira da família idealizadora da rede de supermercados Asun.

E a mensagem de Anabel na inauguração do Diretório 23, aplaudidíssima por filiados ao novo partido e muitos parte de seu séquito desde a primeira eleição a vereadora pelo PT, não precisa de um estudo de poética para perceber a métrica de sua inevitável despedida do PSB:

– Levo como lema de vida uma frase de Frida Kahlo: onde não puderes amar, não te demores.

Aos desavisados, é notória a infelicidade de Anabel no PSB. Não só pela derrota de seu grupo para presidência do partido, hoje sob o comando de Paulo Silveira e com a influência dos também vereadores Carlos Fonseca e Wagner Padilha, mas porque a menos de um ano das eleições, mesmo com boas votações para Prefeitura e para Câmara Federal, ainda não recebeu a confirmação de que pode ser candidata a alguma coisa em 2018.

Companheiro de chapa em 2017 e percebendo o esgotamento do elixir da longa vida de Anabel no PSB, na alquimia do novo PPS está o vereador Dilamar Soares, que também foi o arquiteto do PSD, fazendo movimento semelhante ao tirar Levi Melo do PMDB para concorrer a prefeito em 2016.

Dilamar vive no PSD o mesmo que Anabel no PSB: o partido está cada vez mais sob a influência de Dimas Costa, irmão com quem experimenta uma relação Caim e Abel, politicamente falando.

E pelo menos até o sim de Anabel, Dilamar já é tratado no PPS como candidato a prefeito ou a vice de alguém, em 2020.

– Teremos candidatura majoritária e, embora respeitando o fato de estar em outro partido no momento, identificamos no Dilamar um parlamentar de dois mandatos, experiente e honesto, com mais de 50 projetos apresentados. É nosso nome para 2020. No PPS ou não, ele representa as idéias desse nosso grupo – fez a ablução Eliseu Monteiro, o Carazinho, presidente do partido há dois meses e que, quando comandava o PPL, após sair da coligação com Daniel Bordignon (PDT) se aproximou de Anabel na eleição de 2017.

– O PPS de Gravataí já é uma realidade – surpreendeu-se Any, presente à festa e apontando o núcleo local como, em menos de um ano de rearticulação, um dos maiores do partido no Rio Grande do Sul.

Qual pedra filosofal busca o PPS, é difícil antever. Até pela diversidade ideológica dos novos filiados, ex de partidos que vão do PSol ao DEM, e que lembra muito a aliança MarxsDonald´s de Anabel na eleição para a Prefeitura em 2017.

Nas rodas políticas, as especulações colocam sempre Dilamar como articulador de qualquer transmutação. E vão desde a construção de um partido de centro-esquerda, que teria Anabel como candidata a prefeita mais uma vez em 2020, até uma aproximação com o PMDB do prefeito Marco Alba – com quem Dilamar já trocou o antagonismo da eleição por um selfie sorridente no Rodeio (que rende até hoje fofocas como a de que poderia ser convidado para a Secretaria da Saúde) – e de Jones Martins, deputado federal cujo aniversário prestigiou, deve apoiar em 2018 e, quem sabe, abrir caminho para ser o candidato a vice em 2020.

2018 é logo ali, 2020 também, mas Deus morrendo ou não, tudo pode. A política e muitos de seus personagens são como a Frida Kahlo de Anabel: se não amam mais, partem.

 

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