RAFAEL MARTINELLI

O porquê do prefeito ter viajado mesmo com Glorinha às escuras e devastada por tempestade; Ainda o ‘impeachment das urnas’

Paulo Corrêa, prefeito de Glorinha | Foto Andreo Fischer

Perguntaram-me o motivo do prefeito de Glorinha Paulo Corrêa (PP) ter viajado para a Bahia após a tempestade supercélula que varreu a cidade no dia 16 de janeiro – o que pegou mal, mesmo tenha despachado à distância, e quase o levou a responder um processo de impeachment; leia em Câmara de Glorinha arquiva abertura de processo de impeachment contra o prefeito Paulo Correa; Saiba os votos e assista a sessão na íntegra.

Ao Seguinte:, quando se defendeu da denúncia que pedia abertura de uma comissão processante para investigar irregularidades no pedido de férias e, depois, no cancelamento das mesmas, o prefeito preferiu não entrar em detalhes. Apenas atestou a regularidade da documentação e garantiu ter despachado à distância mesmo durante a ausência do município; leia em Câmara de Glorinha vota nesta quinta pedido de abertura de comissão processante para investigar prefeito Paulo Correa; A viagem pós tempestade e o ‘impeachment das ruas’.

Mas o motivo da viagem acabou revelado pela vereadora Silvia Eccel (PTB), um dos votos contrários à abertura do processo de impeachment. Como leitores me expuseram a dúvida, esclareço.

Ao avaliar como “desumanas” as críticas à viagem, a parlamentar disse na tribuna da Câmara que o prefeito foi a Salvador visitar um filho que não via desde a pandemia. As passagens já estavam marcadas com antecedência.

No último artigo citado acima, alertei: “reputo que, mesmo que escape da abertura de uma comissão processante, o prefeito Paulo Correa, que é candidato à reeleição, precisará cuidar de outro impeachment: o das urnas. Pegou muito mal viajar em meio à tragédia”.

Fato é que na revelação feita pela vereadora resta uma tentativa de atenuar a ausência física do prefeito enquanto Glorinha estava devastada e às escuras.

Vai funcionar? Aguardemos o humor dos eleitores.

Sem torcida ou secação, sugiro um exercício para medir o impacto da ausência: qual seria a crítica feita pelos jornais, ou a condenação pelo Grande Tribunal das Redes Sociais, caso Lula, ou Bolsonaro quando presidente, viajassem para compromisso familiar em meio a uma tragédia no Brasil?

Ao fim, insisto: é esse impeachment, o das urnas, que deve preocupar o prefeito.

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