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O povo paga plano de saúde privado a alguns servidores e familiares, diz Marco Alba; prefeito liga sindicato dos professores ao PT

Marco Alba participou de programa na Band na noite do domingo, véspera do início da greve

Se os professores em greve desde segunda estão contando em suas comunidades escolares histórias, muitas vezes tristes, deles próprios ou familiares que ficarão sem atendimento pelo plano de saúde, a defesa do prefeito de Gravataí para extinção do Ipag Saúde ganhou o Rio Grande do Sul pelas ondas do rádio.

No programa Repórter Bandeirantes, de Milton Cardoso, Marco Alba (MDB) foi da ‘ideologia dos números’ à ‘ideologia política’: apresentou dados mostrando a falência do plano de saúde, alertou para mais uma conta que está ficando para a população pagar e, pela primeira vez desde que foram deflagrados os Jogos Vorazes que contrapõe governo e sindicato, ligou a direção do SPMG ao PT e a governos anteriores.

– A direção do sindicato dos professores é a mesma há quase 20 anos, ideologicamente e filosoficamente alinhada ao Partido dos Trabalhadores. É um grupo de 40 pessoas influenciando de forma contundente professores que realmente trabalham na sala de aula e não tem a informação completa. Usam do maniqueísmo do bem contra o mal – disse, alertando para a “guerra de versões” e “informações falsas e mentirosas de panfletos”.

O prefeito classificou como “privado” o plano de saúde que atende cerca de 10 mil pessoas (2,9 mil funcionários públicos na ativa, 1,5 mil estatuários, inativos e pensionistas e cerca de 4 mil dependentes).

– A população, na grande maioria usuária do SUS, e que já paga o rombo na previdência para os servidores, financia 40% do plano de saúde para apenas metade dos funcionários na ativa, conjugues, pais, mães, filhos e irmãos, e terá que arcar com o prejuízo, que foi de R$ 6,4 milhões em 2018 e se repetirá em 2019 e assim por diante? – questionou, informando que de 2011 a 2018 a contribuição da Prefeitura com o plano foi de R$ 84 milhões.

– É ou não é um plano privado financiado pelo povo? Imagine esse dinheiro em obras e serviços…

Marco alertou que, como o Ipag Saúde está pagando as dívidas de 2018 com o orçamento de 2019, antes do meio do ano o caixa estará raspado e prestadores de serviço continuarão suspendendo atendimentos:

– O servidor continuará tendo sua contribuição descontada mesmo sem o plano prestar o serviço adequado. Por que o sindicato não submete à categoria, em assembléia, as propostas de planos privados, que garantem segurança de atendimento e têm preços e serviços semelhantes aos do Ipag?

O prefeito justificou a necessidade de extinção do Ipag Saúde por ter o mesmo CNJP do Ipag Previdência.

– Mantendo um plano insolvente, as dívidas ficam com o Ipag Previdência, que só neste ano vai bancar R$ 30 milhões em alíquota complementar que cobre a incompetência de governos anteriores, em calotes que contaram com o apoio e o conchavo da cúpula do sindicato.

Marco apelou para que os funcionários em greve desde segunda busquem informações nos sites do Tribunal de Contas do Estado e da União.

– Em 2015 fizemos uma auditoria para atualizar um déficit atuarial que não mudava há décadas porque governos financiavam obras a partir do calote. Com os novos cálculos, para cobrir o rombo que saltou para R$ 1 bilhão, começamos com uma alíquota complementar de 3,66% em 2015, que neste ano é de 18% e, em 2032, chegará a 72% sobre a folha de pagamento. O sindicato deu sustentação aos governos do PT que são responsáveis por isso. Quebraram o município e quem paga é o povo.

O prefeito contesta a narrativa do ‘reajuste zero’ propagada pelo SPMG. A matemática de Marco soma o que pagou até agora em seus dois governos em reposições inflacionárias e alíquotas complementares para o Ipag Previdência.

– Dizem que não demos reajuste, mas em 2013 a reposição foi de 7,16% e a alíquota 3,66. São mais de 10%. Em 2014, 5,88% de reposição, mais 3,66% de alíquota. Em 2015, não conseguimos dar reposição. Mas a alíquota saltou para 7,4%, que poderia ser de reajuste. Em 2016, 8,34% de reposição, mais 7,54% de alíquota. São mais de 16%. Em 2017 e 2018 não houve reajuste, mas as alíquotas saltaram para 10% e 14%. Em 2019, reposição de 1,69% e alíquota de 18%.

Marco defendeu que o Ipag Saúde não é um direito adquirido e pode ser extinto sem questionamentos judiciais, a partir do PL 19, encaminhado por ele à Câmara há uma semana.

– É preciso tirar esse peso do caixa da Prefeitura para poder prestar serviços para toda a população. Meu compromisso é com o interesse público. O gestor precisa olhar o todo. O patrão é o povo. Não é justo os professores usarem as crianças e os pais para pressionar o prefeito por um plano de saúde insolvente e que beneficia apenas alguns servidores e familiares.

 

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