Em um formato de apresentação tipo um Quiz o governo Marco Alba está levando uma prestação de contas, um plano de metas e um conjunto de dados sobre a Prefeitura para moradores de 15 regiões que reúnem todos os bairros e vilas de Gravataí. O Seguinte: acompanhou nesta segunda, por cerca de quatro horas, a chamada Gestão Participativa, que levou o prefeito e secretários até a Associação Comunitária Cohab A, e conta como foi.
– Não sou candidato a nada. Essas informações são para que vocês saibam das coisas, entendam como funciona a Prefeitura e façam suas cobranças e sugestões – resumiu o prefeito, que após a GP ficou até próximo a meia noite sentado ao lado de moradores do bairro, conversando sobre tudo um pouco e respondendo dúvidas.
Você sabia?
Um desenho do mapa do Brasil formando um grande buraco no asfalto ilustrava o telão, quando Claiton Manfro, secretário de Governança e Comunicação, começou a apresentação do Quiz:
– A dona Eva, do Itatiaia, disse em uma reunião: “não quero saber de nada que acontece na cidade, quero que tapem meu buraco”. No São Judas, o seu Jorge falou: “não gosto de politicagem”. Infelizmente, nossa sociedade é cada vez mais individualista. E a ladroagem que vemos na TV tira a esperança das pessoas. Mas sem pensar no todo, as coisas não se resolvem para ninguém – constatou, contando os dois causos ouvidos em uma das 73 reuniões que fez por bairros no primeiro governo de Marco.
– Não viemos aqui para dizer que está tudo ótimo, porque não está, nem que vivemos no melhor lugar do mundo, porque não é assim. Só falaremos a verdade, mesmo que muitas vezes não seja o que se quer ouvir. Vocês sairão daqui com informações. E informação é tudo, até para fazer sagú – explicou, entre risos da centena de presentes à descontraída conversa de perguntas e respostas.
Confira 5 da GP, o Quiz do Marco:
1.
– Vocês já devem estar cansados de ouvir sobre a dívida monstruosa que o Marco herdou quando assumiu em 2013. Alguém sabe quanto era?
– R$ 564 milhões – arriscou o anfitrião Tio Nei, presidente da associação.
– O senhor está bem informado, mas bota mais 20 milhões em cima: R$ 583 milhões, sem corrigir os juros. E como se formou?
– Não pagaram as contas? – arriscou um morador.
– Isso! Não pagaram água, luz, fornecedores, a previdência com o Ipag… E o que acontece quando a gente não paga as contas, como já aconteceu lá em casa quando a mãe teve que optar por pagar o caderninho da bóia no mercado do Rocha e atrasou a prestação dos tecidos que comprou no Escosteguy para os eslaques das minhas irmãs?
– Vai para o SPC – acertou uma senhora.
– O SPC das prefeituras se chama Cadin e Cauc, e faz com que não se receba repasses e, até sair de lá, as prefeituras não tem crédito para buscar dinheiro para obras – complementou o secretário, perguntando se alguém sabia o que dava para fazer com o meio bilhão de dívida.
– Construir 166 creches, 194 Upas e asfaltar 485 ruas, ou 631 quilômetros – respondeu ele mesmo após um silêncio de cabeças balançando negativamente, acrescentando uma lista de problemas também herdados como a falta de um sistema de gestão na Prefeitura, maquinário sucateado, saneamento quase zero e um passivo deixado por um primo distante da Gestão Participativa, o Orçamento Participativo dos governos Daniel Bordignon, Sérgio Stasinski e Rita Sanco:
– Muitas pessoas vinham até a gente e diziam: “minha rua consta como asfaltada”. Sabiam que foram votadas e não feitas 638 ruas?
2.
O Quiz chegou à estrutura pública:
– Vocês têm quantos funcionários? – instigou Claiton.
– Ãhã? – ouviu-se, com as pessoas se entreolhando.
– Quantos funcionários públicos a Prefeitura tem? São vocês que pagam.
– Mil – arriscou um senhor sentado nas primeiras filas.
– 5333, entre professores, médicos, assistentes sociais, guardas, aposentados… E quantos são CCs?
– Uns 500 – alguém chutou, sobre os cargos de indicação política sem concurso.
– 242. E quanto custam esses 5 mil?
– 300 milhões – ele mesmo respondeu, antes de lançar a próxima questão, “valendo um Fiat 147”:
– Qual o Orçamento da Prefeitura, essa empresa de vocês?
Ninguém parecia fazer idéia até a resposta:
– 690 milhões. Já desconta daí, além da folha de pagamento, mais 400 milhões do chamado ‘custeio’, que em uma cidade de 280 mil habitantes e 500 quilômetros quadrados é a água, a luz, a limpeza, o lixo, a previdência e etc, que raramente eram pagos no passado. Faltaram 10 milhões, né?
Em meio ao burburinho das conversas paralelas comentando a conta que não fecha, Claiton provocou:
– Esqueceram que tem mais aquele meio bilhão em dívidas? Sabe quanto vocês já pagaram, como costuma dizer o prefeito? 232 milhões. E como o Rio Grande do Sul e o Brasil quebraram, com a pior crise que já se viu, entrou ainda menos dinheiro no caixa nos últimos anos.
3.
Tendo atrás de si a projeção do substantivo informação no telão, Claiton apresentou as saídas encontradas pelo governo:
– O prefeito não gastou mais do que arrecadou, reduziu a estrutura da Prefeitura, atraiu investimentos e captou recursos. Fez na prática o que muitos gostam apenas de falar porque é uma coisa moderna: “gestão”.
– O Marco cortou as secretarias de 23 para 19, os CCs de 399 para 242, controlou o orçamento com uma folha de pagamento dentro do limite prudencial de 51,7% e limpou o nome de Gravataí, pagando as dívidas em dia, o que permitiu captar R$ 100 milhões para infra-estrutura de toda cidade – listou, citando obras que vem por aí como a duplicação das pontes do Parque dos Anjos, a Rota Turística e uma centena de asfaltamentos.
4.
Claiton seguiu o Quiz provocando a memória das pessoas sobre obras que o governo tinha feito ‘apesar da crise’.
– É comum a gente lembrar só das obras visuais. Mas na crise o Marco optou por cuidar das pessoas. Não tinha para o buraco, mas teve 700 milhões para Educação, com uniformes para 27 mil crianças, seis escolas infantis, a escola Idelcy Silveira, gradis… 800 milhões na saúde, com a UPA da 76 já entregue e a das Moradas em andamento, novas unidades de saúde da família, o tele-agendamento já em 60% da cidade… a recuperação da Usina de Asfalto, que permitiu duplicar a Jorge Amado e a Avenida Brasil… a Guarda Municipal que hoje tem mais agentes que a Brigada Militar… a coleta seletiva em 80% da cidade… o Canil modelo… o fechamento do aterro sanitário da Santa Tecla… e tantas outras coisas… – apontava enquanto obras e serviços eram detalhados no telão.
5.
No encerramento do Quiz, Claiton listou dados que, para ele, traduzem os acertos do governo na comparação entre 2013 e 2016 e mexer com a vida das pessoas em uma cidade:
– O principal é a redução da mortalidade infantil, hoje no terceiro melhor índice do Rio Grande do Sul, coisa de primeiro mundo – informou, citando também o melhor Ideb (indicador da educação) da história do município, a ampliação do programa de saúde da família de 24% para 55%, a redução de grandes pontos de alagamentos de 125 para 22, a diminuição das mortes no trânsito de 55 para 26 e a construção de mais de 2 mil casas para baixa renda.
‘Fidel Marco’
Após a apresentação, numa conversa de mais de uma hora com os moradores, Marco contou detalhes sobre como enfrentou dificuldades e polêmicas do primeiro governo, mas também projetou boas novas:
– Vocês fizeram um sacrifício nos primeiros quatro anos, que será recompensado agora que Gravataí começa a viver um novo momento e vamos crescer como se cresceu por dez anos a partir de 2002. Principalmente a partir de 2020. Essas informações são para que vocês não sejam enganados por ninguém e possam chegar ao governante e questionar: “mas como você vai fazer tudo isso, se custa tanto e tem que pagar tudo aquilo?”. Só a simpatia, ou a briga, que os políticos tanto gostam, nunca resolveu nada. É muita grana na Prefeitura? É. Mas vocês precisam saber, e acompanhar, para onde vai esse dinheiro. Vocês são os protagonistas do futuro das suas famílias.
Ao fim da noite, para as brincadeiras de ‘Fidel Marco’ pelo longo discurso, explicou:
– Eu me empolgo porque sou um apaixonado pelo faço. Não tenho medo de ser feliz contando a verdade.
Se administrou muito mais de dentro do gabinete em seu primeiro governo, Marco agora saiu às ruas, como prometeu na campanha. E parece não ter hora para terminar.
Assista ao vídeo
A PRÓXIMA GP
A próxima Gestão Participativa será dia 25 de setembro, a partir das 19h30, na Associação dos Amigos da Morada do Vale I (Cônego Viana, 129).