Gravataí está longe da ‘imunidade de rebanho’ projetada nesta quinta-feira pela Organização Mundial da Saúde.
São 3.004 casos da COVID-19 registrados até às 18h, com 2.191 recuperados (72.94%) e 101 óbitos (3.36%) em 6.979 testes realizados. Corresponde a 1,1% dos 271 mil habitantes.
Conforme indicou hoje a cientista chefe da OMS, Soumya Swaminathan, a taxa de pessoas infectadas necessária para atingir a imunidade coletiva para o novo coronavírus deve ser de 65% a 70%.
Gravataí está abaixo da média mundial. Conforme a OMS, somente de 5% a 10% da população mundial foi exposta ao vírus até agosto.
A cientista alertou na entrevista coletiva que “o número pode ser maior em cidades de transmissão intensa” – o que é o caso da Região Porto Alegre – e “nenhuma doença foi controlada somente por permitir a imunidade natural ocorrer”.
A subnotificação é proporcional à baixa testagem. Gravataí fez até esta quinta 6.979 testes. São 25,7 a cada mil habitantes. No Brasil a média era de 13,1/1000 em levantamento feito ao final de julho pela Universidade de Oxford. Somos um dos países que menos testam, na 50ª colocação no ranking.
Para efeitos de comparação, a Islândia, que mais testa, tem média de 127.7/1000; a Rússia 130,5; os EUA 93,62 e o Reino Unido 71,48.
Ao fim, é como tratei nos artigos Caiu um Airbus em Gravataí, Cachoeirinha e Porto Alegre; 10 dias da COVID e A notícia menos pior das 100 vidas perdidas em Gravataí. A pandemia está estável, mas em um ‘platô’ tão alto quanto o Morro Itacolomi. Se entrarmos em uma zona de conforto, em meio a uma guerra que não terminou, arriscamos receber uma bomba na cabeça enquanto saímos à rua para tomar cerveja.
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