SAÚDE

O que é feito nas escolas de Gravataí sobre autismo

A Prefeitura fez uma balanço, no Dia Mundial da Conscientização do Autismo, de ações nas escolas de Gravataí.

A Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) São Marcos conta com o “Encontro Especial”, desde o ano passado. Uma reunião que visa unir os responsáveis pelos alunos com necessidades específicas na escola, para que possam ter um espaço de troca, de sugestão, de desabafo e de conforto mútuo.

– É importante conscientizarmos a comunidade e os demais alunos, sobre as diferenças de todos nós. Independente de ser uma criança ou adulto, nós todos somos diferentes. E devemos ser tratados conforme a nossa diferença, conforme cada pessoa enxerga o mundo. Ninguém é igual, possuímos nossas semelhanças, mas não somos iguais. Todos, dentro das suas especificidades, devem ser tratados com respeito, com consideração – disse Germano Braum, orientador da Emef.

Viviane Schardosim é mãe de Nicolas, um dos estudantes da São Marcos que está no espectro autista, conta como se sente nestas reuniões.

– Aprendi muito com o encontro especial, sempre temos muitas trocas de vivências. Me sinto muito acolhida, eles me ajudam muito nos momentos de tristeza e de alegrias – disse.

Na Emef Suely Silveira Soares, a professora de Atendimento Educacional Especializado (AEE) Natália Hends, explica como as atividades são trabalhadas na escola.

– Acredito que trabalhar com crianças autistas nos exige, como profissionais da área, estar sempre em constante movimento de busca por conhecimento para trazer novas ideias – disse.

Pensando nisso, ela conta como iniciou seu trabalho com os porquinhos-da-índia na Sala de Recursos Multifuncionais como primeira ação ao ingressar na escola e conhecer suas necessidades específicas.

– O trabalho assistido com porquinhos-da-índia tem sido muito importante para as nossas crianças autistas. Os animais moram comigo e semanalmente visitam as crianças, onde exercem a função de agentes facilitadores para os processos de inclusão na escola. Sushi e Pudim, nome escolhido por votação pelas crianças, tem o objetivo de favorecer a companhia e conforto emocional, a comunicação, a rotina e previsibilidade, a responsabilidade, a autoestima, a interação social facilitada, a integração sensorial e o companheirismo – disse.

De acordo com a professora, hoje, os porquinhos constituem um papel muito significativo na comunidade da Emef Suely, pois mães e pais reconhecem Sushi e Pudim não apenas quando chegam com ela na escola, mas pela fala de seus filhos.

O trabalho com os animais, inicialmente, seria exclusivamente para atendimentos educacionais especializados, mas hoje são acolhidos em Grupos Operativos com as turmas onde desenvolvem conhecimento e acolhem as diferenças, melhorando as atividades de vida diária.

A partir desta iniciativa, outras oportunidades para o acolhimento dos estudantes surgiram. Como é o caso do aluno Lorenzo, de 7 anos, que tem o suporte de seu peixinho no ambiente escolar.

– Em nossa escola, acreditamos que o trabalho assistido com animais pode desempenhar um papel significativo na vida de nossas crianças autistas, proporcionando conforto emocional, companhia, apoio social, estímulo sensorial e oportunidades de desenvolvimento pessoal. Recentemente, iniciamos este trabalho com o peixinho Beta que vem construindo suporte socioafetivo para ele, o auxiliando na convivência com a sua turma e na busca por organizar suas funções executivas reguladoras – disse.

A professora de Atendimento Educacional Especializado conclui que o importante é notar que as preferências e necessidades específicas de cada aluno autista é muito singular e significativa.

Desta forma, o trabalho com os porquinhos-da-índia e, atualmente, com o peixinho Beta, fazem parte do plano de trabalho anual da Sala de Recursos da Escola onde constroi-se, com objetivos estruturados, ações planejadas no contexto da escola.

Ela conta que, exemplo disso, é o trabalho com a horta construída pelos alunos, onde couves são plantadas e dadas também aos porquinhos.

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