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O que Gravataí já perdeu e volta a ganhar com retorno da GM

GM de Gravataí retomou produção hoje e fábrica de São Caetano volta dia 26

Quando esta segunda-feira terminar, Gravataí deixará de perder R$ 200 mil em retorno de impostos do complexo automotivo da General Motors e seus 18 sistemistas. É que, depois de três adiamentos, a GM, que suspendeu a produção em março por falta de componentes, retomou hoje o primeiro turno da produção da linha 2022 dos Chevrolet Onix e Onix.

Ainda não há definições sobre o segundo e o terceiro. Os três turnos juntos têm capacidade de capacidade de montagem de 350 mil veículos.

Gravataí já perdeu, nas projeções para os próximos dois anos, pelo menos R$ 50 milhões devido ao contágio da pandemia. Desde o início da pandemia a montadora parou por 10 meses. São cinco reais por minuto.

Se em 2020 as paradas aconteceram devido às restrições da COVID-19, o motivo alegado para a paralisação total desde março se devia a falta de peças. Em especial, semicondutores, cuja escassez também já paralisou indústrias de veículos da Chevrolet em outros países. São os mesmos usados em aparelhos de celular, por exemplo.

A fábrica da GM de São Caetano do Sul, em São Paulo, também está parada. O retorno é programado para o dia 26.

Em 2021, o terceiro turno nunca voltou em Gravataí. Em uma média, o complexo automotivo que tem 5 mil funcionários, incluindo sistemistas, ficou completamente parado por 10 meses.

A conta da tragédia é que cada mês com a montadora parada corresponda a R$ 5 milhões perdidos por Gravataí. Em 10 meses, já seriam R$ 50 milhões, com efeito nos próximos dois anos. Isso corresponde a 40% dos R$ 200 milhões recebidos de todos os impostos recolhidos pelo município.

A suspensão na produção fez com que o Onix, produzido em Gravataí, perdesse para o Fiat Strada a liderança de vendas que comemorava desde 2015. O Onix também perdeu a liderança no ranking sem veículos maiores, como picapes, para o HB20, da Hyundai.

Ao fim, a GM é uma bênção para Gravataí, mas devido à 'GMdependência' será uma catástrofe se desistir do Brasil, como já tratei em artigos como A GM vai embora de Gravataí; O ’Tchau, Ford!’ e nós e Se ou quando a GM for embora de Gravataí; o cavalo e o burro em 2024.

Hoje estamos como aquela millôriana sobre o cara que se jogou do décimo andar e, ao passar pelo oitavo, constatou: “até aqui tudo bem”; e, ao chegar ao segundo andar, refletiu: “bem, se eu não me machuquei até aqui não é neste pedacinho à toa que vou me arrebentar”.

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