Levi Melo não concorre nesta eleição. Caiu no ‘conto do pastor’, ao ser preterido por Sérgio Peres e Carlos Gomes, os candidatos de sempre a deputado estadual e federal da Igreja Universal do Reino de Deus, sobrenome de seu PRB. Mas, presidente em Gravataí, o médico e um dos políticos de menor rejeição na cidade – pelo menos nas pesquisas de 2016, quando concorreu a prefeito pelo PSD – manteve-se fiel: vai apoiar candidaturas do partido.
Não se confirmaram as suspeitas de que o Novo fosse seu caminho, já que o suplente de vereador Régis Fonseca, uma das pessoas mais próximas a ele, abriu apoio a Marcel van Hattem para deputado federal. E nem aconteceu de, como ocorreu na eleição suplementar de 2017, permanecer próximo a Marco Alba (MDB), apoiando a primeira-dama Patrícia Alba a deputada estadual.
Pelo contrário: uma das candidaturas que o médico organiza em Gravataí pode até ser relacionada ao grupo antagônico ao prefeito, no tradicional GreNal político da aldeia. É Beth Colombo, por oito anos, em Canoas, vice-prefeita e candidata à sucessão de Jairo Jorge, candidato a governador pelo PDT do ex-prefeito Daniel Bordignon.
– Isso é fofoca política. Não falo com o Daniel desde a eleição em que nos enfrentamos em 2016 – despistou Levi, agora há pouco, em conversa com o Seguinte: entre um atendimento e outro em sua famosa clínica, a Millenarium.
– Também nunca falei com o Jairo Jorge sobre isso. É preciso lembrar que temos coligação com o PSDB e apoiamos Eduardo Leite a governador.
O ex-vereador, quarto lugar na disputa pela prefeitura com 19.420 votos em 2016, explica que o PRB em Gravataí se divide entre o apoio dos evangélicos a Sérgio Peres e Carlos Gomes para assembléia legislativa e câmara federal; e dos não ligados à Iurd para Beth Colombo e Carlos Alberto Benedetti, médico de Santa Rosa.
– Como presidente apoio as quatro candidaturas – garante.
Levi reconhece a proximidade de Beth com Jairo, mas credita a uma relação pessoal.
– Governaram juntos e ela saiu do PP e está no PRB graças a ele.
Beth inclusive lidera um grupo de dissidentes de diferentes partidos que dia 11 de agosto abriram apoio a Jairo para governador. A primeira caminhada de campanha, que o candidato fez em Canoas, tinha ao lado a ex-vice.
Levi trata como “fofoca”, mas é inevitável, pelo menos entre os políticos, a especulação de que ele e o grupo de Bordignon possam se aproximar na eleição de Gravataí, especialmente agora que o ex-prefeito está livre das amarras ideológicas da época de PT e já experimentou ter como candidato a vice Cláudio Ávila, algoz da prefeita Rita Sanco no golpeachment que teve voto favorável do médico e, após 14 anos, apeou petistas e bordignons do governo.
– Isso é uma questão para o futuro – sorri Levi, sobre a possibilidade de ter Bordignon, que com os direitos políticos suspensos não pode concorrer em 2020, como o ‘Grande Eleitor’ que foi para a esposa Rosane Bordignon, vereadora que com 44.195 votos na eleição suplementar de 2017 perdeu a eleição para Marco Alba por 4.014 ‘confirmas’.
De futurologia, Levi, que após o acidente que sofreu durante a campanha já está recuperado e movendo naturalmente tanto mão direita, quanto a esquerda, dá um prognóstico:
– Sou candidato a prefeito em 2020.
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