RAFAEL MARTINELLI

O que pensa Vitalina, presidente eleita do PT de Gravataí; do ‘nós contra eles’ às eleições de 26 e 28

Vitalina (D) cm Adelaide, após a divulgação do resultado da eleição

A vereadora Vitalina Gonçalves foi eleita neste domingo presidente do PT de Gravataí pelos próximos quatro anos. A professora, que neste ano encerra o segundo mandato na presidência do SPMG e milita no partido desde os 18 anos, recebeu 195 votos. Adelaide Klein, que concorria à reeleição, 159. O ex-prefeito Daniel Bordignon, que disputou a Prefeitura em 2024, apoiou Vitalina.

O Seguinte: ouviu a nova presidente, que assume em setembro. Com habilidade de sindicalista, e inspiração no presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Vitalina não faz ataques, nem derruba pontes. Demarca, porém, o PT como oposição – no legislativo, a única oposição real ao governo Luiz Zaffalon (PSDB).

– Somos diferentes, opostos – resume.

Confira os principais trechos da entrevista.

Seguinte: –– Como avalia a eleição?

Vitalina –– Diziam que o PT tinha morrido, que o PT acabou, mas o PT resistiu em pé a todos os ataques. É um partido imprescindível para a democracia brasileira. Em Gravataí não é diferente. Sofremos um golpe em 2011, que nos retirou da Prefeitura, recuperamos o espaço legislativo e representamos resistência, uma alternativa à esquerda para Gravataí. É simbólico também termos duas mulheres na disputa. O PT é um partido feminista. Vivo e unido. O único que tem um debate orgânico e participação da militância em sua construção.

Seguinte: –– O dia a dia mostra que és a única oposição real na Câmara de Vereadores. Como o PT vai se colocar sob tua presidência? Como avalia o governo Zaffa?

Vitalina –– É um fato. Fui eleita na oposição. Não oposição à cidade, mas a projetos de exclusão como o que venceu a eleição. Assumo em setembro e, assim como na direção estadual e nacional, faremos avaliações sobre governos e estratégias para reeleger Lula, governadores, deputados e senadores. Mas é inegável que somos diferentes do atual governo. É preciso aliar o desenvolvimento econômico com a questão social, governar para as pessoas, para a trabalhadora e o trabalhador. Um exemplo da insensibilidade do governo é o corte na gratuidade da tarifa de ônibus para idosos, que o governo apresentou, sem dados ou debates, antes mesmo de concluir estudo para fazer a nova licitação, que é uma obrigação legal para o ano que vem.  

Seguinte: –– A esquerda está em uma campanha “nós contra eles”, “pobres contra ricos”, nas redes sociais. Vitalina é “nós contra eles”?

Vitalina –– Como presidente eleita não me coloco num “nós contra eles”, mas há uma disputa de projetos. Estamos num lado oposto aos que querem cortes em saúde, educação, enfim, nos pobres, como é o exemplo da passagem de ônibus em Gravataí.

Seguinte: –– És a candidata do partido a deputada estadual em 26 e a prefeita em 28?

Vitalina –– O PT sempre apresentou e sempre apresentará candidaturas para construção, junto a outros partidos de esquerda, progressistas. Gravataí precisa de um pólo à esquerda, de uma alternativa diferente dos governos dos últimos 14 anos. Não é momento para falar em nomes. O que sei é que há algumas pesquisas que andam deixando muitos políticos assustados. 

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