O artista visual Waldemar Max, que é presidente do Conselho Municipal de Política Cultural e conselheiro pelo segmento da Cultura Afro Brasileira, envia texto sobre o artigo que postei sexta-feira, Denúncia de racismo faz aulas pararem em Gravataí; Sem calar, mas sem odiar.
Siga na íntegra “O racismo deles de todos os dias”.
Tentar calar e invisibilizar a vítima é a segunda ação do criminoso, a primeira é o ato racista em si. E não tem como negar que isso se intensificou nos últimos quatro anos, graças ao incentivo institucional. Mas essa é uma história de mais de quatrocentos anos de desrespeito e abusos, que só vai ter um fim quando a nossa reação for na mesma intensidade, entendam como quiserem.
Não podemos mais ficar inertes e aceitando o tal do “sempre foi assim”.
Movimentos, protestos e atitudes mais drásticas e imediatas podem parecer apologia à violência… Mas o que é o racismo e tantos outros preconceitos, que não violência?
Esse é mais um caso que fatalmente vai cair no esquecimento se não forem tomadas as devidas decisões por quem de direito, seja a direção da escola, em primeiro lugar, depois a 28ª CRE na sequência, e nós negros não podemos deixar passar qualquer ato racista sem denunciar, no mínimo.
E isso de se perder a razão, dependendo da nossa reação em contrário, deve ser muito bem analisado, pois o mais normal é sempre ser divulgado como “um provável ato racista” o que alivia e até anula o crime cometido, e é impossível ficarmos esperando pelos outros a solução de um problema que nos atinge todos os dias.
De fora é fácil dizer que é vitimismo e mimimi.