o abate de temer

O voto de Gravataí pelo impeachment de Temer

Apresentação de processo de impeachment do presidente foi aprovado por 25 a um, com uma ausência

De Gravataí saiu um dos votos que aprovaram no conselho da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a entrega à Câmara dos Deputados de um pedido de impeachment e cassação dos direitos políticos do presidente Michel Temer por oito anos.

O advogado criminalista César Peres, morador da Paragem Verdes Campos, foi um dos conselheiros a apoiar o sim no Rio Grande do Sul, numa decisão que depois, entre os 26 estados da federal e o Distrito Federal, teve apenas um não, do Amapá, e uma ausência, do Acre.

– Votei pela abertura do processo de impeachment, com o direito a ampla defesa e sempre levando em conta a presunção da inocência – observou há pouco, ao Seguinte:, o professor da Ulbra Gravataí que, a princípio, vê elementos para uma condenação pelos indícios de crime de responsabilidade e violação do decoro pelo presidente eleito para ser vice.

– Ao receber Joesley Batista na calada da noite, e ouvir o que ouviu, o presidente deveria no mínimo ter comunicado autoridades – analisa o presidente da associação dos criminalistas gaúchos e que, como conselheiro pela segunda gestão subscreveu o embasamento legal do pedido de impeachment que usou como base a delação premiada de executivos da J&F que levou a abertura de investigação no Supremo Tribunal Federal a pedido do ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato.

Sempre polêmico e de posições fortes tanto nos debate acadêmicos como nas redes sociais, que para muitos refletem uma ideologia mais à esquerda, César Peres elogia a “coerência” da OAB, já que a entidade dos advogados também tinha pedido a cassação de Dilma Rousseff (PT) pelo ‘conjunto da obra’.

– Por muito menos do que vemos hoje a OAB tinha apoiado o impeachment da Dilma – opina o integrante da comissão nacional de direito penal.

 

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Um crítico de Moro

 

Em seu perfil no Facebook, o advogado do notório caso onde por 6 a 5 o STF reformou a própria decisão que cassava o ex-deputado federal José Tatico, é um crítico quase que diário de operações da Lava Jato e personaliza no juiz Sérgio Moro uma ameaça ao estado democrático de direito instalado com a Constituição Federal de 1988.

– Sob a justificativa de perseguir crimes, que devem ser combatidos, não importa quem os pratique, o estado não pode ele cometer ilícitos – resume, entendendo que Moro e a ‘República de Curitiba’ desrespeitam as garantias de defesa dos investigados e réus.

– Moro é um juiz parcial em favor da acusação e se vale da opinião pública, ou publicada, para dizer o Direito e, por vezes, influenciar o processo político. Um juiz deve ter independência para votar e, se necessário, contrariar o pensamento majoritário – fulmina, alertando que esse ativismo no Direito “vai estourar nas classes menos privilegiadas”.

– Essa jurisprudência de Moro, que aparentemente serve para encarcerar e reduzir garantias de pessoas mais poderosas, vai refletir nos mais pobres, que são monumentalmente os clientes do direito penal. A simbólica prisão de meia dúzia de poderosos prejudicará milhares – lamenta o profissional que, ano que vem, completa três décadas de advocacia.

 

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OS PEDIDO DA OAB

Confira os principais pontos do pedido de impeachment apresentado pela OAB, que você lê na íntegra clicando aqui.
 

: O documento diz que considera as gravações feitas por Joesley Batista, dono da JBS, mas não se pauta apenas por elas. Também leva em conta depoimentos que estão no inquérito e declarações de Temer.

: Aponta crimes de responsabilidade em duas condutas do presidente da República.

: 1ª conduta trata do encontro de Temer com Joesley sem divulgação em agenda oficial. Isso fere o Código de Conduta Ética de Agentes Públicos.

: Nessa reunião, o presidente pode ter cometido outra infração: a promessa de favorecimento da JBS na nomeação de um presidente de seu interesse no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

: Outro trecho da conversa gravada indica que Temer agiu de modo incompatível com o cargo ao dizer que, quando Joesley quisesse falar com ele, poderia procurar Rodrigo Rocha Loures, o deputado que foi filmado recebendo R$ 500 mil da JBS.

: 2ª conduta trata da parte da reunião em que Joesley relata ao presidente ter "dado conta" de um juiz e um juiz substituto, além de tentar trocar o procurador que cuida das investigações relacionadas à JBS. Para a OAB, o presidente feriu a Constituição ao não reportar às autoridades o relato do empresário.

: O documento pede julgamento para perda de mandato e inabilitação para exercer cargo público por oito anos.

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