O rodeio tipo Barreto foi cancelado em Gravataí, mas nunca termina. É caso de polícia, como reportei em Advogado do Rodeio denuncia ’sumiço’ de guias que liberariam uso de touros em Gravataí; Virou caso de polícia.
A ONG Princípio Animal envia “nota de repúdio” às denúncias feitas pelo advogado Carlos Augusto Albuquerque Gomes, da organização da etapa de Gravataí do Circuito Nacional de Rodeios Festa do Peão Boiadeiro 2022, de que touros não puderam entrar no Rio Grande do Sul devido ao suposto desaparecimento das guias sanitárias e de transporte, além de uma conspiração para barrar a carga viva na fronteira com Santa Catarina.
Assim como a produtora do evento, e a vereadora Márcia Becker (MDB), a ONG também registrou ocorrência policial.
Reproduzo na íntegra e, abaixo, sigo.
“…
Em mais uma ocasião a empresa Sólida Rodeios veio a público prestar supostos esclarecimentos sobre a não realização do Circuito Nacional de Rodeios de Gravataí. Na matéria publicada no jornal "Seguinte", a referida empresa (através de seu advogado) acusa uma ONG de orquestrar o sumiço de supostas guias de transporte animal (GTA) e barrar animais para não adentrarem no Estado do Rio Grande do Sul. Pelo texto resta claro que as graves acusações foram imputadas à Princípio Animal, visto que o advogado menciona a ação judicial impetrada em desfavor da empresa e há citação expressa da ONG Princípio Animal na matéria.
As acusações apontam como se a Princípio Animal tivesse poder de cancelamento de autorizações, barragem de tráfego e, pior, que agisse em desconformidade com a lei.
A Princípio Animal repudia veementemente as acusações da empresa Sólida Rodeios e ressalta que sempre trabalhou em conformidade com a Constituição Federal e as normas infraconstitucionais. A Organização conta com inúmeras ações judiciais em que tutela o direito dos animais não humanos, sendo que sempre respeitou as decisões judiciais.
Cabe acrescentar que, aparentemente, houve fracasso do evento por questões ligadas a não adesão do público, o que obrigou os organizadores a cancelarem todas as atividades e shows programados. A Princípio Animal jamais pleiteou pela não realização do evento, de forma que jamais pode lhe ser imputada culpa por prejuízos e frustrações contratuais de qualquer parte.
É revoltante e lastimável a necessidade de rebater as referidas acusações caluniosas. A ONG PRINCÍPIO ANIMAL seguirá (como desde o começo) com todos os trâmites judiciais para exigir respostas quanto a fiscalização e documentação dos animais que seriam usados no Circuito Nacional de Rodeios de Gravataí. Ademais, ressalta que sua equipe jurídica está atuando com todas as medidas legais cabíveis frente às acusações caluniosas que a empresa Sólida Rodeios insiste em lhe atribuir.
…”
Sigo eu.
Concluo como no último artigo.
Cabe à Polícia investigar o suposto ‘sumiço’ da documentação do sistema, como denuncia o advogado. Comprovando, trata-se de fato grave, até porque, se não houve uma falha técnica, ou demora para lançamento da guia no sistema, seria preciso a participação de funcionários públicos no que seria uma fraude.
Fato é que, como tratei em Ação judicial pede proibição de animais em rodeio de Gravataí; Os cowboys e a porteira aberta e A verdade sobre o cancelamento do rodeio em Gravataí, os organizadores do Rodeio já começaram a divulgar – mal, para uma festa que anunciava atrações nacionais como Gian e Giovani – o evento antes mesmo de apresentarem documentação para o pedido de licença na Prefeitura, o que fizeram apenas no dia anterior à abertura oficial.
Em Gravataí, conseguiram todas as liberações, do município e Corpo de Bombeiros.
Na Justiça de Gravataí e no Tribunal de Justiça, decisões autorizavam o uso dos animais, desde que apresentada documentação necessária, proibindo apenas o uso de fogos de artifício.
Até que, no dia da abertura, a informação era de que os touros tinham sido barrados na fronteira, supostamente por não haver guias de transporte e atestados sanitários.
Dois dias de evento aconteceram com pouco público, inclusive na abertura, quando ninguém sabia ainda do impedimento do uso de touros.
Dos Grandes Lances dos Piores Momentos, agora o advogado dos organizadores apresenta as guias e atestados.
E denuncia o ‘sumiço’ dos documentos do sistema na madrugada do dia 20, além de uma suposta conspiração para barrar a carga viva.
É tudo muito estranho.
Aguardemos. Ao menos no tapetão, o Rodeio ainda não terminou.
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