Uma operação de grande porte contra crimes de estelionato e lavagem de dinheiro foi deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (6), mobilizando mais de 100 agentes e atingindo 12 cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A ofensiva, batizada de Operação Suporte, é coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo, sob comando do delegado Venicios Demartini.
Entre os municípios-alvo da ação estão Canoas e Cachoeirinha, que junto com Passo Fundo, integram o eixo de investigação sobre um grupo criminoso especializado em aplicar golpes em cooperativas de crédito, utilizando engenharia social e conhecimento técnico para fraudar sistemas e desviar valores superiores a R$ 1 milhão.
Golpe simulava testes de segurança
Segundo a investigação, o esquema criminoso seguia sempre o mesmo modus operandi: os golpistas ligavam para as agências durante períodos de grande movimento, se apresentavam como integrantes da equipe de TI e, com linguagem técnica convincente, solicitavam depósitos em contas específicas sob a justificativa de realizar “testes” no sistema de segurança.
Após os depósitos, os valores eram imediatamente redistribuídos para diversas outras contas, dificultando o rastreamento e evidenciando uma complexa estrutura de lavagem de dinheiro. A Polícia identificou a participação de pelo menos 52 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas direta ou indiretamente na movimentação de recursos oriundos do crime.
Prisão em Canoas e bens bloqueados
Durante o cumprimento dos 13 mandados de busca e apreensão, foi realizada uma prisão em flagrante na cidade de Canoas. No local, um homem foi detido por posse ilegal de armas e munições de diversos calibres, encontrados sem documentação válida em sua residência.
A operação também resultou na apreensão de veículos, restrição de imóveis e bloqueio de valores em contas bancárias utilizadas na movimentação ilícita.
Ação conjunta entre estados
Além de Passo Fundo, Canoas e Cachoeirinha, a ofensiva aconteceu em Porto Alegre, Nova Santa Rita, Sapucaia do Sul, Lajeado, Arroio do Meio, Estrela, Arvorezinha e Pelotas, no Rio Grande do Sul, e nas cidades de Joinville e São José, em Santa Catarina. O trabalho investigativo teve apoio da Brigada Militar, da 2ª Delegacia Regional de Polícia Metropolitana de Canoas, além de delegacias regionais e especializadas dos dois estados.
As investigações seguem em andamento para identificar o restante da organização criminosa, ampliar o rastreamento do dinheiro desviado e promover a responsabilização judicial dos envolvidos.