eleições 2018

OPINIÃO | A noite em que Marco e o MDB apoiaram Bolsonaro e filiaram Áureo

Ato no Radar confirmou filiação do vice e apoio do prefeito e do MDB a Bolsonaro

DAS URNAS #4 | Após a cobertura 'minuto a minuto' da votação de domingo, o Seguinte: traz desde segunda análises, números, fotos, vídeos e links relacionados às eleições de 2018, com foco em Gravataí e Cachoeirinha. 

 

Marco Alba e o MDB de Gravataí confirmaram apoio a Jair Bolsonaro no segundo turno e, discretamente, filiaram o vice-prefeito Áureo Tedesco, na noite desta quarta-feira. O Seguinte: acompanhou com exclusividade a reunião, no Hotel Radar, que teve a participação do vereador Evandro Soares (DEM), que foi suplente da candidata ao senado Carmen Flores (PSL) e é o número 1 de Onyx Lorenzoni – hoje um dos bolsonaristas da mais alta patente e cotado para ser o ministro-chefe da Casa Civil caso o capitão de pijama ganhe a presidência.

Se Marco e o MDB jogaram para torcida ao confirmar um apoio ao ‘mito’ – já que, pela catarse causada na hora do anúncio, obviamente no primeiro turno já foi voto manifesto nas urnas pela maioria que estava ali – não tocaram flauta por tirar um vice-prefeito do PSDB de Eduardo Leite, adversário do emedebista José Ivo Sartori na eleição para o governo do estado.

– Não tem nada de estratégia ligada às eleições de 2018. Há comum acordo entre MDB e PSDB, nossos aliados desde o primeiro governo – repetiu, por mais de uma vez, o prefeito.

Marco garantiu que conversa amistosamente com o presidente tucano Francisco Pinho, que foi seu vice-prefeito no primeiro governo e atualmente é seu secretário de serviços urbanos, desde que Áureo manifestou o desejo de se desfiliar e passou a ser assediado por outros partidos.

– Não estamos fazendo nenhuma jogada eleitoral aqui. Nosso governo só dá certo porque há unidade entre prefeito, secretários, partidos e vereadores que aprovaram leis fundamentais para equilibrar as contas – resumiu, lembrando que Áureo tinha anunciado voto no primeiro turno e feito campanha ao lado de Sartori em Gravataí.

 

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Já o apoio a Bolsonaro integra uma articulação estadual pela reeleição de Sartori, que na segunda-feira comunicou que seguirá a decisão do MDB de aderir ao bolsonarismo. Ao fim da reunião de ontem, Evandro Soares retribuiu o gesto dos gravataienses:

– Bolsonaro optou por não manifestar preferência em estados onde dois candidatos de direita disputam eleições. Mas acabo de vir da reunião entre as direções estaduais do DEM, PSL e deputados estaduais e federais eleitos, e a tendência é apoiarmos Sartori. Eu já votei em Sartori no primeiro turno! – informou, aplaudidíssimo.

 

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Num país onde o mecanismo de privilégios funciona do mesmo jeito desde pelo menos 1808, quando o traficante de escravos Elias Antônio Lopes virou ‘amigo do rei’ ao ceder a Dom João e à família real a casa da Quinta da Boa Vista, no melhor terreno do Rio de Janeiro, Marco Alba disse acreditar que a força do bolsonarismo nas urnas permite sonhar com mudança.

– Apoiamos Bolsonaro porque representa a alternância de poder e o rompimento com o modelo velho de fazer política, no toma-lá-dá-cá. E há um compromisso de fortalecimento dos municípios, distribuindo melhor os recursos hoje concentrados em Brasília – argumentou.

– Confiamos que Bolsonaro vai fazer as reformas que o Brasil precisa – resumiu Jones Martins, deputado federal por mais de um ano entre 2017 e 2018, que não conseguiu a reeleição domingo, antes de sair mais cedo da reunião para participar de outro compromisso.

Veio da parte do eleitorado onde as pesquisas nacionais mostram que há uma exata divisão no segundo turno, a defesa mais efusiva e aplaudida de apoio a Bolsonaro: a primeira-dama Patrícia Alba, que ficou na segunda suplência à assembléia legislativa e, em caso de vitória de Sartori ou assume como secretária de estado ou, com a ascensão de dois eleitos para o secretariado, assume o mandato em janeiro de 2019.

– Muitos apoiadores nos pediam para abrir voto no primeiro turno, mas não fomos oportunistas, já que nosso partido tinha candidato. Acreditamos que todo esse apoio popular garante a Bolsonaro a chance de fazer as reformas necessárias. Não queremos uma volta ao passado. O PT, que ganhou em 2002, 2006, 2010 e 2014, é o responsável pela crise que o Brasil enfrenta. Ou alguém acha que em dois anos o governo Michel Temer destruiu o país?

 

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Ao fim, o vagalhão bolsonarista que arrasta praticamente todos os apoios de políticos do centro à extrema direita, confirma o pragmatismo implacável da política. Marco, Jones, Patrícia e o MDB, além de ajudar na tentativa de Sartori colar em Bolsonaro, já que garantem palanque na maior prefeitura do partido no Rio Grande do Sul, não contrariam suas biografias, conhecidas por qualquer um que acompanhe a política da aldeia: são antipetistas históricos, daqueles que acenderam a luz do bunker quando o PT reinava no Brasil e em Gravataí.

Possivelmente, entre os seis de cada dez gravataienses que votaram em Bolsonaro no primeiro turno, já estivesse o voto de algum deles.

 

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