Alex Tavares deixou mal colegas vereadores com seu projeto que inscreve o Dia da Assembleia de Deus no Calendário Oficial de Eventos de Gravataí.
Atraiu para a Câmara, como poder, uma polêmica desnecessária ao abrir precedente para que se proponha criar o dia de qualquer outra religião – cientologia até – expondo os parlamentares à obrigação de votar sim, não, se abster ou fugir das votações.
Quinta, mesmo com plenário vazio, porém às vésperas da Marcha para Jesus, que acontece neste sábado em Gravataí, foi noite de fila nos banheiros privativos atrás do plenário, com vereadores em fuga para não votar.
Nascido e criado na igreja, Alex sabia que a aprovação era certa, já que políticos preferem cruzar com o diabo a sofrer críticas do eleitor no Grande Tribunal das Redes Sociais.
Mas simplesmente não precisava.
Se não por tolerância, por coerência, desde quinta a Câmara está na obrigação de aprovar propostas semelhantes, mesmo que faltem dias no calendário para tantas matrizes religiosas.
Ou o legislativo da quarta economia gaúcha vai dizer sim aos crentes e não aos batuqueiros, por exemplo?
Mais certo que Deus é que, mesmo num estado laico, muito tempo ainda será perdido em debates inóquos.